28 - março - 2024

Coração

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Dê mais atenção à conversa com o seu cardiologista

Pacientes homens tendem a ser reservados e mulheres, prolixas
cardiologista
Crédito: Freerange

Você já parou para pensar que a sua conversa com o cardiologista pode ter reflexos – negativos ou positivos – no seu tratamento? É que os fatores de risco das doenças cardiovasculares estão diretamente ligados à hereditariedade e a hábitos de vida – diabetes, tabagismo, dieta, peso, colesterol. E, para ter um quadro geral do paciente, o médico, muitas vezes, precisa de informações muito pessoais. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, essa conversa pode ser diferente se o paciente, por exemplo, for homem ou mulher. Ele explica que, enquanto os homens se mostram, em geral, mais reservados nas consultas, as mulheres são mais prolixas.


“Os homens são objetivos demais, mas não comentam informações particulares, como abuso de álcool, tabagismo, alterações no sono e sedentarismo. Acabam dando informações superficiais”, diz o cardiologista. Por outro lado, compara, as mulheres não costumam ser objetivas, mas não se detêm ao sintoma em si. É claro que também existem homens mais prolixos e mulheres mais reservadas! O que importa aqui é se o paciente ou seu familiar está falando ou omitindo algo que realmente faz diferença para a avaliação do médico.

Consultas rápidas

Malachias explica que, como as consultas hoje são mais rápidas devido a uma série de fatores da atual conjuntura, geralmente, não há tempo suficiente para se tratar a história de vida do paciente, falar sobre a sua hereditariedade. “E a gente não trata a doença, trata o doente, com suas características individuais”, alerta.  Daí a importância da conversa com o cardiologista. Além disso, Malachias explica que, na cardiologia, é preciso dividir o problema, fazer um roteiro para tratar um problema por vez em cada consulta.

O cardiologista admite que hoje os médicos são mais objetivos, porque recebem pequeno valor pelo trabalho e precisam conciliar quantidade e qualidade – como tem ocorrido em outras áreas. “Temos bons médicos que sabem separar o joio do trigo e identificar o paciente que precisa de mais atenção”, afirma o cardiologista. “Mas precisamos resgatar essa relação de confiança com o paciente”, alerta.

Resgate do humanismo

Malachias lembra ainda que a medicina de hoje é altamente tecnológica, avançada, mas que não se pode abandonar o bem-querer, o humanismo. “Acima de tudo, precisamos usar todo esse conhecimento disponível atualmente, esse progresso científico, preservando o humanismo”, fala. Ele compara que, antigamente, havia um ou dois livros sobre medicina e que, hoje, há milhares de publicações importantes para os médicos. “Temos de nos basear em evidências científicas, guias (diretrizes para tratamento), check list (passos a serem tomados para evitar erros). Isso é fundamental. Mas precisamos ter em mente que uma pessoa é diferente de outra”, afirma.

Seu coração está em dia?
Confira os valores de referência:

COLESTEROL

Níveis desejáveis (mg/dL)

Total – < 200
LDL – < 100
HDL  – Homens > 40  e Mulheres > 50

TRIGLICÉRIDES

Níveis desejáveis (mg/dL) – < 150

GLICEMIA EM JEJUM

Níveis desejáveis (mg/dL) – ≤ 100

PRESSÃO ARTERIAL

Valores adequados (mmHg) – 120 x 80 (12 por 8)

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL

Valores adequados (cm ) – Homens = 90 e Mulheres = 80

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

 

Mito ou verdade
Tomo aspirina diariamente para evitar infarto. Estou prevenindo a doença corretamente?

Não. A aspirina deve ser indicada por um cardiologista e como prevenção secundária. Quando o paciente já teve um evento ou foi submetido a algum procedimento, é quase que mandatário o uso de aspirina a não ser que haja intolerância. Há algumas indicações muito restritas nas situações primárias, mas são verificados mais malefícios – alergias e sangramento gastrintestinal. Quem nunca teve infarto se beneficia mais se controlar o colesterol e a hipertensão de acordo com a recomendação médica. Se for fumante, deve corrigir o fator em si e, não, a situação paralela.

Tenho pai e mãe fumantes com doença cardiovascular. Tenho mais risco?

É preciso saber se a doença cardiovascular dos pais foi causada pelo cigarro ou pelo fator hereditariedade. Hoje existem equações que ajudam a fazer a classificação de risco, e que são usadas, inclusive, por companhias de seguro.

Infarto ocorre sempre de manhã. Verdade?

Não. Ocorre mais de manhã geralmente quando o paciente não toma o remédio adequadamente, faz exercício pela manhã, não dorme direito ou é obeso com apneia. Mas pode ocorrer a qualquer hora do dia.

No infarto, a dor no peito sempre irradia para o braço esquerdo?

O infarto tem algumas características. A principal delas é a dor forte no peito, como se fosse um aperto no peito, no centro do tórax. Essa dor desce para o abdômen, sobe um pouco para o pescoço, ombro, mandíbula, às vezes irradia para as costas e com mais frequência para o braço esquerdo, mas pode afetar o braço direito. Algumas pessoas também têm sudorese, vômito. Pode haver falta de ar, um desconforto no tórax. Mas existem pessoas que sofrem infarto sem dor, como diabéticos que perderam a sensibilidade das terminações nervosas.

Fonte: Médico cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia
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  1. oi gente gostaria de dar os parabéns pelo site de vocês e dizer gosto muito do coneúdo sobre medicina
    sou pediatra e adoro saber sobre patologias diferentes.
    abraços diego

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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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