20 - abril - 2024

Idoso ignora catarata

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No Brasil, 2 em cada 7 idosos com catarata não fazem cirurgia

Maior risco é que doença evolua e cause glaucoma, podendo levar à perda da visão
catarata
Crédito: Freepik

Dois em cada sete idosos brasileiros com catarata ignoram a doença. Os dados – os mais recentes disponíveis – são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, divulgada em 2014. A pesquisa, feita pelo IBGE, revela que 72,2% dos brasileiros de 60 anos ou mais com o diagnóstico de catarata foram submetidos à cirurgia. Os outros 27,8% não fizeram o procedimento corretivo, apesar do diagnóstico.

Os motivos mais citados pelas pessoas que não realizaram a cirurgia foram: não achou necessário (18,4%); a cirurgia estava marcada, mas ainda não tinha sido feita (17,8%); não conseguiu vaga (14,2%); e estava com dificuldades financeiras (9,1%).

“Muitos pacientes têm medo de serem operados e de perderem a visão. Outros não têm condições de arcar com os custos da cirurgia. Outros têm muita dificuldade de acesso aos serviços públicos de oftalmologia”, explica o médico oftalmologista Sebastião Cronemberger, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele alerta que, sem a cirurgia, a catarata pode se tornar hipermatura, desfazer-se dentro do olho e causar glaucoma – uma lesão do nervo óptico que pode levar à cegueira.

Distúrbio visual

O cristalino normal do olho é totalmente transparente. Mas, na catarata, ele é opaco. Isso pode deixara visão embaçada e provocar lacrimejamento constante – em um dos olhos ou em ambos. A queixa inicial mais frequente é a baixa da visão.

A catarata afeta 28,7% das pessoas de 60 anos ou mais no país, de acordo com estimativas da PNS 2013. A pesquisa detectou que os homens (24,6%) têm menos catarata do que as mulheres (31,9%). Constatou, ainda, que o percentual da doença cresce com a idade. Para as pessoas de 60 a 64 anos, fica em torno de 14,0%; de 65 a 74 anos, em 28,3%; e de 75 anos ou mais, em 47,5%.

“Mas, atualmente, não é raro pessoas entre 50 e 60 anos também terem catarata”, alerta o professor. As pessoas nessa faixa etária devem ficar mais atentas se começarem a sentir baixa da visão e a necessidade de trocar óculos com mais frequência.

As causas da catarata incluem, além do envelhecimento, o uso repetido e prolongado de colírio de corticosteroide, o uso de corticosteroide por via sistêmica, o traumatismo ocular e as cirurgias intraoculares, principalmente as vítreo-retinianas.

Cronemberg lembra, ainda, que a doença não ataca somente os idosos. “Há um tipo de catarata, a catarata congênita, que a criança já nasce com ela”, diz.

Tratamentos disponíveis

Cronemberger explica que, desde 1984, faz-se a cirurgia por facoemulsificação para corrigir a catarata. Nessa cirurgia, uma lente intraocular é implantada no olho para compensar a hipermetropia elevada causada pela retirada do cristalino.

Mais recentemente, diz o professor, tem sido usado o Femtonsecond, um tipo de laser importante nos passos iniciais da cirurgia de facoemulsificação. Ele ajuda a corrigir as alterações da córnea eventualmente existentes. “A cirurgia de catarata por facoemulsificação com a implantação de uma lente intraocular tem eficácia muito alta”, afirma.

Segundo o professor, os riscos são baixos e, como em qualquer outra cirurgia, podem ocorrer complicações, embora raramente.  “Atualmente, devido ao avanço da tecnologia na cirurgia de catarata e nas lentes a serem implantadas, é possível retirar a catarata e deixar o paciente sem correção (sem óculos) para longe e para perto”, explica. Isso é possível com a implantação de uma lente multifocal.

Fonte: Médico oftalmologista Sebastião Cronemberger. Doutor em Oftalmologia (UFMG). Professor titular de oftalmologia na Faculdade de Medicina da UFMG.
 Leia mais sobre a PNS 2013

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Sobre a pesquisa

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 é uma pesquisa de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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