25 - abril - 2024
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Câncer infantil: é preciso melhorar taxa de cura no Brasil

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País tem 35 casos de câncer infantil por dia

Médico diz que taxa de cura é alta, mas índice no Brasil está abaixo do registrado na América Latina
câncer infantil
Crédito: Reprodução

Vamos falar de um tema que nos assusta: o câncer infantil, que afeta jovens de até 19 anos. O Brasil teve, no ano passado, uma média de 35 novos casos de câncer infantojuvenil por dia. Ao todo, foram diagnosticados 12.600 casos no país em 2016. Foram 2.835 mortes em 2013.

O câncer infantil corresponde à segunda causa de mortalidade no país (8% de todos os óbitos na faixa etária entre 1 e 19 anos). As causas externas – como acidentes e violência – são as primeiras causas. Entende-se assim que o câncer é a principal causa de morte por doença na faixa infantojuvenil.

Tipos mais comuns

São três os tipos de câncer infantil mais comuns no país, segundo explica o médico oncologista pediátrico Jairo Cartum, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope). A leucemia, afirma, é o principal deles. Os sintomas aparecem rápido, como palidez, sangramentos anormais, febre, dor nos ossos e nas articulações e ínguas.

Já os tumores cerebrais representam 20 % dos tumores da infância e podem causar dores de cabeça intensas, náuseas, vômitos, convulsões e até mesmo dificuldade para se caminhar ou manipular objetos.

O terceiro tipo mais registrado no país engloba os linfomas. Eles se manifestam com o aumento dos gânglios (ínguas), acompanhado de febre e emagrecimento, no subtipo Hodgkin. Nos linfomas não-Hodgkin, observam-se grandes massas no abdômen, tórax ou outra parte do corpo em crianças menores .

Baixa taxa de cura

O oncologista pediátrico explica que o câncer infantil tem altas taxas de cura. Mas alerta que o Brasil apresenta taxas de cura inferiores a vários países da América Latina, como Argentina, Chile e Colômbia. “Pode-se dizer que a taxa geral de cura de nosso país está em torno de 50%, bem distante de países como os Estados Unidos, onde a taxa é de 80 %”, compara Cartum, que coordena o Ambulatório de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André (SP).

Para o médico, o tempo gasto desde o início dos primeiros sinais e sintomas até o diagnóstico do câncer no país ainda é muito longo. Ele defende que é essencial investir na formação dos profissionais da atenção básica para que seja efetuado o rápido encaminhamento do paciente a centros especializados de alta complexidade.

Esse, segundo Cartum, é outro problema: a alta concentração desses centros avançados nas regiões Sul e Sudeste. “É importante a difusão também para outras regiões menos desenvolvidas”, afirma. Ele lembra que o Brasil apresenta muita diversidades regionais, tanto sob o ponto de vista econômico como social. “Coexistem regiões com sobrevida semelhantes a países ricos e locais com taxa de cura sofrível”, diz.

Três perguntas

1) O que é o câncer infantojuvenil?

Define-se câncer (tumor maligno) como o crescimento desordenado de células, com capacidade de se espalhar para outras partes do organismo (metástases). O tumor benigno, por sua vez, é incapaz de gerar doença à distância e raramente constitui uma ameaça à vida. O câncer infantojuvenil (abaixo de 19 anos) corresponde a apenas 2 % a 3% dos tumores malignos de uma população geral. Apresenta diferenças em relação aos tumores dos adultos: locais diferentes e comportamento clínico mais agressivo, mas respondem melhor à quimioterapia com consequente maior taxa de cura.

2) Ocorre em qual faixa etária?

A faixa etária é variável e depende do tipo do tumor. As leucemias, neuroblastomas e o tumor de Wilms (rim) têm seu pico de incidência entre 3 a 5 anos. Por sua vez, os tumores ósseos e os linfomas de Hodgkin são mais frequentes em adolescentes. O retinoblastoma (tumor da retina, localizada na parte posterior do olho) acomete crianças menores que 3 anos. Há, inclusive, tumores que podem ser diagnosticados ao nascimento, como o nefroma mesoblástico (rim).

3) O que é importante ressaltar?

A participação da família é imprescindível durante o tratamento, que é intensivo, mas com taxa de cura elevada. Mas esse tratamento deve ser realizado por equipe multidisciplinar composta por médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista, fisioterapia, psicólogo, dentista e outros.

Fonte: Jairo Cartum, médico oncologista pediátrico e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope). Professor da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e coordenador do serviço de oncologia pediátrica da faculdade.
Saiba mais

Conheça os tipos de câncer infantojuvenil, tratamento, prevenção e sintomas no site do Instituto Nacional do Câncer (Inca)

Informe-se sobre o câncer infantojuvenil e seus tipos mais comuns no site da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope)

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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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