18 - abril - 2024
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Endometriose: saiba o que é mito ou verdade

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Tire suas dúvidas sobre a endometriose

Doença pode se instalar sem sintomas e se tornar grave mais de 10 anos depois
endometriose
Crédito: Freepik

A endometriose nos é conhecida por ser associada a fortes cólicas, que chegam a incapacitar a mulher. Mas essa doença – caracterizada pela presença do endométrio fora do útero – pode estar presente sem sintoma algum. E ser descoberta, por acaso, em um exame de ultrassom ou anos depois, quando a mulher apresenta dificuldades para engravidar. Quer saber um pouco mais sobre esse assunto?

O endométrio é o tecido que reveste o interior da cavidade uterina. A endometriose ocorre quando esse tecido é encontrado em outros órgãos da pelve como trompas, ovários, intestinos e bexiga. O problema afeta entre 10% e 15% das mulheres de 13 a 45 anos . Isso corresponde a mais de 6 milhões de brasileiras.

Busca de ajuda

A endometriose pode ocorrer durante toda a vida reprodutiva da mulher: desde a primeira até a última menstruação. Mas apresenta um pico por volta dos 30 anos de idade. O ginecologista Délzio Salgado Bicalho, diretor da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), alerta que a doença demora mais de 10 anos para se instalar como grave ou profunda. “É preciso procurar um especialista antes de os sintomas se agravarem”, recomenda Bicalho.

O médico, que é cirurgião especializado em cirurgia laparoscópica e robótica, avisa que isso é necessário desde a adolescência ou diante dos primeiros sintomas. “Se a mulher fica incapacitada para as atividades normais no período menstrual, deve procurar ajuda”, afirma. “E, quanto mais a mulher demorar para engravidar, maior a chance de ela ter endometriose”, complementa.

Sintomas

Bicalho explica que algumas mulheres sofrem dores incapacitantes e outras não apresentam sintoma algum. “Podemos encontrar cólicas menstruais, dor pré-menstrual, dor durante as relações sexuais, sangramento menstrual intenso ou irregular, alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação, dificuldade para engravidar e infertilidade”, relata os sintomas possíveis. Segundo o médico, cerca de 60% das mulheres com endometriose têm dor e infertilidade. Outras 20%, apenas infertilidade e 20%, somente dor.

Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose é feito basicamente pelas análises clínica, física, laboratorial, exames complementares por imagem e ressonância magnética da pelve. “Durante a consulta, o médico vai avaliar as queixas ligadas à dor e à cólica menstrual desde a adolescência. Isso vai direcioná-lo ao exame físico”, diz Bicalho.

Segundo o médico, após a queixa clínica, é feita uma avaliação ginecológica minuciosa através do toque vaginal e, às vezes, do toque retal. O objetivo é perceber a mobilidade e o volume do útero e dos ovários . Com o exame, é possível avaliar a dor na hora em que o ponto atrás do útero, chamado fundo de saco vaginal ou ponto de Douglas, é movimentado. “A avaliação física vai nos trazer muitos dados que vão orientar os exames a seguir”, diz.

O próximo exame seria o ultrassom com preparo intestinal, que é feito em algumas clínicas especializadas no diagnóstico da endometriose. “Ele vai nos mostrar, de uma maneira muito clara, onde estão os focos de endometriose”, afirma o médico. O exame complementar mais usado é o ultrassom transvaginal com preparo intestinal.

Depois do ultrassom, pode ser solicitada uma ressonância magnética da pelve. “Inicia-se o ultrassom e, se o médico necessitar de algum detalhe, principalmente do envolvimento intestinal, ele encaminha a paciente para a ressonância magnética”, explica Bicalho.

Em alguns casos, segundo o médico, ainda é recomendado um exame de sangue chamado CA105, que pode estar aumentado. “Apesar de não ser específico, quando ele está levemente alterado, mostra uma boa chance de endometriose”, diz.

Tratamento

Existem medicamentos que controlam parcialmente a doença e cirurgias para remover os tecidos doentes. No entanto, Bicalho alerta que, como a endometriose é uma doença crônica, não tem tratamento definitivo. “Ela sempre pode voltar. Mas estamos evoluindo e hoje a mulher pode controlar os sintomas dolorosos e engravidar com a ajuda dos laboratórios de reprodução humana”, diz.

Mito ou verdade

1. É uma doença sem sintomas.

VERDADE. Pode se apresentar em algumas mulheres sem nenhum sintoma. Pode ser um achado casual durante uma cirurgia em outros órgãos, um ultrassom ou uma pesquisa de infertilidade.

2. Só existe quando há aumento do fluxo menstrual.

MITO. O fluxo pode ser normal.

3. Não tem cura.

VERDADE. É uma doença crônica com tratamentos paliativos.

4. A mulher com endometriose não pode engravidar.

MITO. Nos casos iniciais, pode não alterar a fertilidade. Nos casos avançados, pode-se recorrer à fertilização in vitro.

5. Não existe remédio para tratar a endometriose.

VERDADE. São usados diversos medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, análogos GnRH, progestágenos e hormônios para bloquear o estrogênio (é uma doença hormônio-dependente, estrogênio-dependente) que podem trazer alívio efêmero, mas sem tratamento definitivo.

Fonte: Médico ginecologista Délzio Salgado Bicalho. Ginecologista formado pela UFMG. Cirurgião especializado em cirurgia laparoscópica e robótica. Diretor da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).
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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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