19 - abril - 2024
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Vacina da gripe terá vírus H1N1 alterado em 2017

Cepa tem a primeira mudança desde a pandemia de 2009

Pela primeira vez desde a pandemia de 2009, a vacina da gripe que estará disponível no Brasil em 2017 deverá trazer uma nova cepa do vírus influenza H1N1. A alteração na composição do imunizante, segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), pediatra e infectologista Renato Kfouri, não deve deixar a população alarmada. Segundo ele, o vírus não está mais agressivo. “A cepa de vírus que foi incluída na composição deste ano circula desde 2015 sem alterar a incidência nem a gravidade dos casos”, diz.
Kfouri lembra que, em 2015, a cepa do vírus influenza H3N2 na vacina foi diferente da usada em 2016. “A incidência de casos da doença e de episódios graves não aumentou”, afirma. “As mudanças dos vírus predominantes são esperadas, então não há motivo para preocupação”, diz. O vírus influenza tem como principal característica a capacidade de sofrer mutações que enganam o nosso sistema imune. Por isso a necessidade de a vacinação ser anual. A novidade deste ano, segundo Kfouri, é que, pela primeira vez, desde 2010, os subtipos de H1N1 relacionados à pandemia de 2009 não estiveram entre os predominantes no Hemisfério Sul.

Vacina tem três ou quatro cepas

Segundo o vice-presidente da SBIm, os laboratórios produtores estão preparados para a produção da vacina a tempo da imunização em março/abril. “A população pode ficar tranquila”, afirma. Ele lembra ainda que a vacina não se limita ao influenza H1N1. “Por conta da pandemia de 2009, as pessoas ficaram com a impressão de que essa cepa seria a única da vacina, o que não é verdade. Existem vacinas com três tipos de vírus (trivalentes, disponíveis na campanha do Ministério da Saúde para grupos de risco) e com quatro (quadrivalentes, disponíveis apenas em clínicas particulares), sendo essa última mais abrangente”, explica.
A composição das vacinas contra a gripe é determinada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que possui um sistema de vigilância para avaliar, a cada ano, as cepas que têm mais probabilidade de circular no próximo inverno em cada hemisfério.

Importância da imunização

Kfouri alerta, no entanto, que é fundamental lembrar que “a gripe é uma doença altamente transmissível e muito severa”. “Causa 250 mil a 500 mil mortes anualmente, segundo estimativas internacionais. A melhor forma de preveni-la é com a vacinação, que deve ser atualizada todos os anos”, recomenda.
A pediatra Isabella Ballalai, presidente da SBIm, reforça a importância da vacinação anual. “O vírus influenza é potencialmente grave não é esse ano, não é só o H1N1. Não temos casos mais graves, a letalidade não é maior. Mas, no ano passado, foram mais de mil mortes no país no grupo de risco (crianças acima de seis meses e menores de 5 anos, gestantes, maiores de 60 anos e todo brasileiro com doença crônica, como diabetes). Vamos aprender a lição, não como pânico, e vacinar todo ano”, convoca Isabella.

Dúvidas mais frequentes sobre a vacina influenza

1) Como a vacina da gripe H1N1 age no corpo humano?

A vacina segue o princípio de todas as vacinas inativadas, que não contêm vírus vivo, mas partículas do vírus. No laboratório, o vírus influenza é cultivado, replicado, morto e inativado. A gente brinca que ele é esquartejado. Daí são retiradas duas proteínas capazes de gerar uma resposta imunológica. O sistema imunológico é confundido porque entende que essas duas proteínas são o vírus e produz anticorpos. Essas proteínas são capazes de gerar resposta, mas não são capazes de gerar doença. São partes do vírus sem o risco de causar a doença, mas com o benefício de causar a proteção.

2) Por que é preciso tomar a vacina todo ano?

A vacina precisa ser atualizada por causa das mutações do vírus influenza. Há várias sentinelas no mundo inteiro, que recolhem amostras de pessoas que adoeceram com gripe, encaminham para a OMS – Organização Mundial de Saúde, que, com base nas amostras, vai informar quais as cepas que estão circulando. A vacina é atualizada dessa forma, sendo definida nove meses antes de ser aplicada. Pode haver uma para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte, ou podem ser iguais. Isso vai depender dos vírus que estão circulando.

3) Quais os tipos de vacina da gripe H1N1 disponíveis no Brasil?

No Brasil, só tem essa, seja trivalente ou quadrivalente – dependendo do número de cepas incluídas em cada uma, três ou quatro. Nos Estados Unidos, existe a vacina atenuada, que é nasal e nunca veio para o Brasil. Também não temos, como os países nórdicos, a vacina com adjuvante, uma substância que aumenta a eficácia, mas também os efeitos colaterais.

4) Quem não pode se vacinar?

A nossa orientação é nunca perder oportunidade de vacinar. Oportunidade perdida é a maior inimiga das imunizações. Não há nenhuma contraindicação contra vacina do calendário da criança, do adolescente e do idoso. Alergia a ovo é um cuidado que você deve ter. As vacinas no país contêm proteína do ovo – o vírus é cultivado no embrião do ovo. Na literatura médica, a quantidade de proteína na vacina não é capaz de causar choque anafilático. No entanto, existe o risco, e quem tem histórico de comer ovo, macarrão que contém ovo, que já tiveram choque anafilático, devem tomar a vacina com orientação e supervisão médicas.

5) Se estiver com febre, tomando antialérgico ou antibiótico pode vacinar?

Quem está com febre, infecção aguda, como qualquer outra vacina, deve adiar a vacinação. Mas o uso de medicamentos, antialérgicos, antibióticos, o fato de ter acabado de sair de uma gripe, nada disso é contraindicação para a vacina. O motivo de não vacinar com febre é que, se a febre surgir após vacina, como vamos saber se foi a vacina ou uma doença?

6) Posso vacinar em qualquer época do ano?

A vacina demora de dez a 15 dias para fazer efeito. A recomendação no país é vacinar no outono para o inverno. O vírus circula o ano inteiro, mas não temos como rotina outubro e novembro. Talvez devêssemos. Isso depende da epidemiologia do ano. Mas, se a pessoa for viajar para o exterior, dependendo do destino, é bom ter a vacina em dia.

7) Como saber se a vacina que estou tomando no laboratório é a atualizada com as cepas do último ano?

Você deve olhar o frasco no laboratório. Não tem histórico no Brasil de distribuição de vacina desatualizada. Mas faz parte da boa prática mostrar a caixinha (a cepa 2016, por exemplo, em 2016).

Fonte: Pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Mito ou verdade

A vacina provoca uma gripe mais fraca.

Não. Não há nada na vacina que cause gripe nem fraca nem forte.

A vacina causa febre.

Pode dar febre, sim, isso é mais comum em crianças, mas raro. A febre surge entre 24 horas a 48 horas (mais raro) e é baixa. Se ocorrer febre alta, procure seu médico porque pode estar com gripe. Temos de alertar que a pessoa toma a vacina quando o vírus já está circulando. Se tomar hoje e ficar doente amanhã, acha que é (reação) da vacina. O que tenho alertado os pacientes é que não deem bobeira: o grande risco é achar que (a reação) é da vacina e não procurar o médico.

A vacina provoca dor no braço.

Dor local é o mais comum, não é dor importante, é similar a um peso no braço. Algumas pessoas sentem mais ou menos, isso vai depender da sensibilidade de cada um. Nada que atrapalhe a vida diária.

Fonte: Pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Cepas recomendadas para a temporada do Hemisfério Sul 2017

Cepa A Michigan/45/2015/H1N1 pdn09-like à Nova variação do vírus
Cepa A Hong Kong/4801/2014/H3N2-like
Cepa B Brisbane/60/2008/Victoria-like

Cepa adicional para as vacinas quadrivalentes:
Cepa B Yamagata: B/Phuket/3073/2013-Like (Yamagata)

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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