16 - abril - 2024
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O que você precisa saber antes de doar órgãos

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Os brasileiros precisam entender três fatores antes de decidir se vão ou não doar órgãos: a legislação do país, a regulamentação técnica e a necessidade dos 40.511 pacientes à espera de um transplante de órgãos (dado do Sistema Nacional de Transplantes atualizado em 26 de setembro de 2023). O alerta é feito pelo presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto) em 2016-2017, o médico nefrologista Roberto C. Manfro. “Esse número cresce um pouco a cada ano. Isso é um problema, mas acontece no mundo todo. Não conseguimos atender à demanda”, lamenta.

Manfro explica que o Brasil tem uma legislação segura sobre doação e transplante. “Os órgãos são transplantados nas pessoas que mais precisam deles, independentemente de sexo, religião ou cor”, diz. “O paciente sempre vai ser transplantado em uma instituição robusta, que tem por trás uma estrutura médica e comissões de ética e de controle”, afirma. Segundo ele, não tem como haver desvio de órgãos. E as equipes de transplante, complementa o nefrologista, são bem qualificadas.

A regulamentação técnica do país também é muito boa, defende o presidente da Abto. “O diagnóstico de morte encefálica é seguro, inequívoco. São necessários dois exames clínicos feitos por diferentes especialistas, com 12 horas de diferença e que cheguem ao mesmo resultado”, afirma. No Brasil, completa, ainda é preciso mostrar que o sangue não passa mais no cérebro, o que é feito por método de imagem.

Leia mais:
Depoimento de paciente que recebeu transplante de coração.

Após ser identificada e confirmada a morte encefálica, é feita a abordagem da família. “A partir do estabelecimento desse diagnóstico, se os órgãos são doados ou não é uma questão de educar a população, conscientizar as pessoas de que a morte encefálica é morte e de fazê-las entender a necessidade de doação para essas pessoas (na lista de espera)”, diz Manfro.

Recusa

A partir desse momento, ela pode doar os órgãos. No Brasil, a recusa fica em torno de 40%. O nefrologista explica que um doador de múltiplos órgãos pode ajudar em sete a oito transplantes de órgãos diferentes – sem contar o transplante de tecidos. “Se o paciente morreu, infelizmente, a gente respeita o sofrimento da família, mas ela pode ajudar (outras famílias)”, afirma.

Quando o órgão é doado, explica Manfro, o índice de aproveitamento é alto. Segundo ele, esse órgão só não é aproveitado quando ele tem algum problema agudo ou quando há questões logísticas. “Alguns órgãos ficam preservados pouco tempo nas soluções e, se o receptor estiver muito distante, a gente não consegue alcançá-lo a tempo”, diz. Ele lembra, no entanto, que a cooperação das companhias aéreas comerciais e a disponibilização do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) reduzem esse problema.

Matéria teve o número de brasileiros na lista de espera por um órgão atualizada em 26 de setembro de 2023.

Três perguntas

O Brasil tem avançado na área de doações e transplante de órgãos?

Até 2014, estava havendo um crescimento significativo das doações. Em 2015, houve estabilização com levíssima queda. No primeiro trimestre de 2016, houve uma queda importante seguida de recuperação parcial no segundo trimestre. Mas tivemos um avanço inequívoco e espetacular nos últimos 15 a 20 anos. O Brasil é o segundo país que mais faz transplantes no mundo em números absolutos. Infelizmente, ainda não é o suficiente para reduzir a fila.

Qual era a meta para este ano?

A meta era termos 18 doadores por milhão de população (pmp). No primeiro trimestre, tínhamos 13. No primeiro semestre, 14. Certamente, não vamos alcançar a meta e precisaremos revê-la.

O paciente transplantado pode ficar sem tomar o remédio contra rejeição?

O paciente transplantado não pode ficar sem o medicamento contra rejeição. Isso não pode acontecer porque é impossível saber quanto tempo ele vai aguentar. A premissa básica é: não pode faltar remédio.

Fonte: Médico nefrologista Roberto C. Manfro,
presidente da Associação Brasileira
de Transplante de Órgãos (Abto)
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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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