19 - abril - 2024
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Câncer de colo do útero

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Por que vacinar sua filha contra o HPV?

A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) enfrenta resistência de pais e mães em sentinela. A polêmica envolve de temidas reações à imunização a questões culturais. “As pessoas demonstram preocupação com a vacina, mas não consideram a frequência e a gravidade do câncer do colo do útero”, alerta o médico pediatra, epidemiologista e mestre em infectologia José Geraldo Leite Ribeiro, secretário do Departamento de Imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Segundo ele, a cada três horas aproximadamente, uma brasileira morre com câncer do colo do útero. O HPV engloba mais de 150 tipos diferentes de vírus. Pelo menos 13 deles estão associados ao câncer de colo do útero.

Reações

Ribeiro explica que a vacina contra o HPV é uma das mais seguras utilizadas atualmente. Ela pode causar, mais comumente, reação local, com dor. “Após aplicação de milhões de doses pelo mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que as alergias agudas são os únicos eventos sistêmicos associados à vacina”, diz o pediatra.

Segundo Ribeiro, os eventos adversos alérgicos sistêmicos – não restritos ao local de aplicação da vacina – têm sido relatados no Brasil com incidência que varia de 0,2 a 2,7 casos por 100 mil doses aplicadas. Essas reações, diz ele, manifestam-se através de urticária, edema facial e prurido generalizado, entre outras.

“No caso de ocorrência de reação alérgica sistêmica com uma dose, a dose posterior não deve ser aplicada. O Conselho Federal de Medicina recomenda que todo médico avalie a situação vacinal das adolescentes e a prescreva quando indicado”, orienta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), portanto, considera que a imunização contra o HPV pode ser feita no mesmo dia de qualquer outra vacina. “Ela é muito purificada, contendo apenas uma proteína do vírus e substâncias químicas adjuvantes”, explica Ribeiro. Tem alta eficácia (acima de 90%) em proteger infecções pelos HPVs cancerígenos 16 e 18. Esses HPVs são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Há também proteção contra cânceres de outras localizações causados pelos HPVs. “No caso da vacina quadrivalente, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para garotas menores de 14 anos, há proteção superior a 90% também contra verrugas condilomatosas”, diz.

Indicação

Em termos individuais, a vacina quadrivalente é indicada para homens e mulheres entre 9 e 26 anos de idade. Já a bivalente é indicada para mulheres maiores de 9 anos de idade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina quadrivalente para meninas entre 9 anos e 13 anos, 11 meses e 29 dias e para mulheres vivendo com HIV até os 26 anos.

Na maioria dos países do mundo, pois, as meninas menores de 15 anos são vacinadas com duas doses de vacina com intervalo mínimo de seis meses entre elas. Em outras situações, é aplicada em três doses. Isso se deve à maior imunogenicidade da vacina em meninas menores de 15 anos.


Três perguntas

A vacina perde efeito se atrasar a dose posterior?

O atraso vacinal não diminui eficácia, no entanto, faz com que a paciente fique mais tempo suscetível à infecção até que complete o esquema.

Meninos e homens também devem se vacinar?

A Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) recomenda a vacinação dos meninos e homens entre 9 e 26 anos em um esquema de três doses. Mas, nesse caso, a vacina só está disponível em clínicas particulares.

Há possibilidade de o governo incluir meninos na imunização contra o HPV?

Até o momento, o Brasil só conseguiu adquirir vacina para as adolescentes femininas. Há possibilidade de incluir os meninos proximamente. Está em curso a transferência de tecnologia de produção da vacina para o Butantã, possibilitando a inclusão futura de outros grupos.

Fonte: Pediatra, epidemiologista e mestre em infectologia José Geraldo Leite Ribeiro, secretário geral do Departamento de Imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da FASEH.

Atualização em 24 de agosto de 2023

Em 2022, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) incluiu os meninos de 9 e 10 anos no público-alvo da vacinação contra o HPV. Dessa forma, têm acesso gratuito à vacina os meninos e meninas de 9 a 14 anos e as pessoas com condições especiais – convivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.


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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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