O Ministério da Saúde começou a distribuir 35 milhões de doses de vacinas para a campanha contra a gripe em todos os Estados das regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste, até o final de abril. De acordo com a pasta, a primeira leva, de 5,4 milhões de doses, já chegou na última sexta-feira (21).
Desse total, 640 mil seriam entregues a Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), as doses chegaram nesta segunda-feira (24) e serão prontamente distribuídas às Unidades Regionais de Saúde.
A previsão de início da campanha contra a gripe é 7 de abril para todo o público-alvo, e o dia D nacional está previsto para 3 de maio, de acordo com a SES-MG. Apesar do início oficial da vacinação contra gripe estar marcado para o dia 7 de abril, o Ministério da Saúde recomenda que Estados e municípios iniciem a estratégia assim que receberam as doses do imunizante. A pasta, no entanto, manterá a estratégia ao longo do ano, integrando a vacina contra a gripe ao Calendário Nacional de Vacinação.
“Nossa meta é imunizar 90% do público prioritário, e vamos disponibilizar vacina para isso”, destacou Alexandre Padilha, ministro da Saúde, que supervisionou a entrega das doses em Brasília, onde detalhou à imprensa como funcionará o plano de vacinação contra influenza para 2025 e destacou sobre a importância de se vacinar.
Público-alvo
Para além dos grupos prioritários que já fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação como crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos, o público-alvo da campanha contra a gripe nos postos de saúde também abrange:
- Trabalhadores da saúde;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
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Campanha contra a gripe
Para a campanha contra a gripe de 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73, 6 milhões de doses. No primeiro semestre, está prevista a distribuição de 67,6 milhões doses para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
No segundo semestre, serão distribuídas 5,9 milhões de doses para a região Norte. O valor total do investimento é de R$ 1,3 bilhões, e o público-alvo é de 81,6 milhões de pessoas. Como a meta, no entanto, é vacinar 90% dos grupos prioritários do Calendário Nacional de Vacinação, a estimativa é imunizar cerca de 50 milhões de pessoas.
A campanha será realizada em dois momentos:
- Primeiro semestre: março/abril, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
- Segundo semestre: setembro, na região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região.
Enquanto no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste o pico de casos ocorre no outono e inverno (abril a junho), na região Norte, devido ao clima tropical e ao regime de chuvas, a maior circulação do vírus acontece no segundo semestre, geralmente entre setembro e novembro, o chamado “Inverno Amazônico”. Por isso, o Ministério da Saúde ajusta o calendário para garantir que a vacinação ocorra no momento mais estratégico, proporcionando maior proteção à população.
Qual é a formulação das vacinas da gripe no Brasil em 2025?
As vacina trivalentes contêm cepas dos vírus Influenza A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09, Influenza A/Croatia/10136RV/2023 (H3N2) e Influenza B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).
Já as quadrivalentes contêm todos os vírus presentes nas trivalentes e um vírus similar ao Influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem B/Yamagata), que também fazia parte da vacina de 2024.
Qual é a diferença em relação às vacinas de 2024?
As vacinas para o Hemisfério Sul tiveram alteração em uma cepa de Influenza A: a cepa A/Thailand/8/2022 (H3N2) de 2024 foi substituída pela cepa A/Croatia/10136RV/2023(H3N2).
Eficácia da vacina
De acordo com estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, no Brasil, e em mais quatro países da América do Sul, a vacinação contra a influenza reduz em 35% o risco de hospitalização associada ao vírus entre grupos de alto risco. Para pessoas com comorbidades, a redução foi de 58,7%. Já para crianças pequenas e idosos a redução foi de 39% e 31,2% respectivamente. As vacinas, portanto, são seguras, eficazes e gratuitas.
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Proteção e segurança
A administração da vacina contra a influenza pode, pois, ocorrer junto a outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia grave após doses anteriores.
Apesar de haver vacinas contra influenza e Covid-19, as duas continuam sendo ameaças para a saúde pública, especialmente para as pessoas não vacinadas. Em 2024, a cobertura vacinal do público prioritário foi 48,89% na região Norte e 55,19% nas demais regiões. O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo.
Fonte: Ministério da Saúde