As 10 doenças que mais afetam o brasileiro idoso
Metade das pessoas de 60 anos ou mais tem hipertensão
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) respondem por 72% das causas de mortes no Brasil e constituem o problema de saúde de maior relevância, segundo alerta a Pesquisa Nacional de Saúde Pública (PNS) de 2013, divulgada em 2014.
Essas doenças – hipertensão arterial, diabetes, asma, doenças cardiovasculares (DCV), acidente vascular cerebral (AVC), problema crônico de coluna, distúrbios osteomoleculares relacionados ao trabalho (DORT), depressão, insuficiência renal crônica e câncer – também são responsáveis pela perda de qualidade de vida do paciente, gerando incapacidades e limitações em suas atividades de trabalho e de lazer. Confira abaixo as dez doenças crônicas não transmissíveis mais comuns entre os idosos brasileiros (60 anos ou mais)*:
1º) Hipertensão *– 50,7%
A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, ocorre quando se tem, sistematicamente, a pressão arterial igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos sanguíneos se contraem.
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão
2º) Problema crônico de coluna **– 28,1%
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das pessoas experimentarão pelo menos um episódio de dor forte na coluna. A dor nas costas é o 2º motivo mais frequente para consulta médica no Brasil e a causa mais frequente de incapacidade para o trabalho na população economicamente ativa.
Fonte: Médico ortopedista Jefferson Soares Leal, coordenador do Ambulatório de Cirurgia da Coluna do Serviço de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor da Faculdade de Medicina da UFMG
3º) Diabetes – 18%
No diabetes, o corpo não produz insulina ou não consegue usar adequadamente a insulina – hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue – que produz. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, obtida nos alimentos, como fonte de energia. No diabetes, o nível de glicose no sangue fica alto (hiperglicemia), e, por longos períodos, isso pode causar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
4º) Doenças cardiovasculares – 11,4%
São as doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos, como o infarto, a aterosclerose etc. Foram responsáveis por 3.153.175 mortes no Brasil entre 2004 e 2013 – 29% do total – e representam a principal causa de mortalidade no país. As doenças cardiovasculares matam duas vezes mais do que todos os tipos de câncer juntos.
Fonte: Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia
5º) Depressão – 9,5%
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a depressão é uma doença comum no mundo, afetando um número estimado de 350 milhões de pessoas. A depressão é diferente das flutuações de humor habituais e respostas emocionais de curta duração para os desafios na vida cotidiana. Quando se torna de longa duração e com intensidade moderada ou grave, pode se tornar uma condição de saúde grave. Nos casos mais graves, pode levar ao suicídio.
Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) em inglês
6º) Câncer – 5,6%
É o nome dado a mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) pelo corpo. Há causas externas (relacionadas a meio ambiente, hábitos ou costumes) e internas (na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas). De 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais – como o cigarro, que pode causar câncer de pulmão, e a exposição excessiva ao sol, o câncer de pele. Outras causas estão em estudo, como substâncias presentes em alguns alimentos, e muitas ainda são desconhecidas.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca)
7º) Asma – 4,8%
Asma é uma doença comum das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões) causada por inflamação das vias aéreas. Provoca falta de ar ou dificuldade para respirar, sensação de aperto no peito ou peito pesado, chio ou chiado no peito e tosse. A doença afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, existem cerca de 20 milhões de pessoas que sofrem com asma. Segundo o DataSUS, banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado ao Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil, em média, 350 mil internações por ano.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
8º) Distúrbios Osteomusculares Ocupacionais (Dort) – 1,5%
Os mais frequentes são as tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo.
Fonte: Cartilha LER DORT da Sociedade Brasileira de Reumatologia
9º) Doença renal crônica – 1,5%
A doença ou insuficiência renal crônica é a perda lenta e gradual das funções renais. Quando não identificada e tratada, pode levar à falência dos rins – órgãos responsáveis por filtrar substâncias e nutrientes no organismo. Os componentes necessários são absorvidos, enquanto os tóxicos são eliminados pela urina. A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes.
Fonte: Hospital Albert Einstein
10º) Acidente vascular cerebral (AVC)*** – 1,4%
Ocorre devido a alguma alteração do fluxo do sangue ao cérebro. Pode ser provocado pela obstrução de vasos sanguíneos – acidente vascular isquêmico, responsável por 80% dos casos de AVC – ou pela ruptura do vaso – acidente vascular hemorrágico, com altos índices de mortalidade.
Fonte: Academia Brasileira de Neurologia
* Considerou-se apenas quem referiu ter tido diagnóstico médico de hipertensão.
** Os indivíduos foram questionados se tinham algum problema de coluna. Para as demais questões, o questionamento foi feito em relação à existência de diagnóstico médico.
***O AVC foi inserido por caracterizar início de perda de função neurológica, podendo ocorrer sintomas neurológicos incapacitantes.
Sobre a pesquisa
A PNS é uma pesquisa de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados da pesquisa são autorreferidos, ou seja, os indivíduos investigados foram questionados se algum médico já havia feito o diagnóstico das doenças.