Saiba como evitar a lesão por pressão na pessoa acamada
Veja as dúvidas mais comuns e os cuidados para prevenir essa ferida
A principal arma contra a lesão por pressão – que acomete pacientes acamados – é a prevenção: mudar o paciente de posição com frequência. O alerta é feito pelo enfermeiro estomaterapeuta Carlos Henrique Silva Tonázio, membro do Conselho Científico da Sobest – Associação Brasileira de Estomaterapia, seção Minas Gerais. A frequência, explica, vai depender dos limites do próprio paciente, das características de sua pele e do ambiente em que ele se encontra. “Daí a importância da avaliação de um enfermeiro estomaterapeuta – especialista no tratamento desse tipo de lesão – ou, na ausência dele, de um enfermeiro experiente”, ressalta.
Não há estatísticas no Brasil. Mas estudos nos Estados Unidos mostram que o custo de um paciente internado 30 dias sobe de US$ 14 mil para cerca de US$ 40 mil quando ocorre a lesão por pressão. No Brasil, estima-se que 30% dos pacientes em internação prolongada em unidades intensivas apresentam esse tipo de ferida. “É importante investir na prevenção. Dá trabalho, mas tratar e curar a lesão dá dez vezes mais trabalho”, compara Tonázio.
Segundo o enfermeiro, no Brasil, não há legislação que obrigue hospitais a terem estomaterapeutas em seu quadro de funcionários nem número suficiente desses especialistas no mercado brasileiro. Abaixo, veja algumas das principais dúvidas sobre lesões por pressão e 4 dicas para prevenir esse tipo de ferida em doentes acamados.
5 dúvidas sobre lesões por pressão
O que é a lesão por pressão?
A lesão por pressão acomete pacientes imobilizados, acamados ou com locomoção restrita a cadeiras e é decorrente de alguns fatores como sensibilidade a dor, pele úmida (por uso de fralda, por exemplo), desnutrição, pressão do corpo, isquemia (redução da circulação sanguínea em determinada área). Dependendo do comprometimento das camadas da pele, pode ser classificada como estágio 1, 2, 3 ou 4.
É o mesmo que escara?
Não. Não é correto usar o termo escara porque pode haver a lesão por pressão mesmo com a pele íntegra. A terminologia foi alterada recentemente. Antes de abril deste ano, era usado o termo úlcera de pressão.
Ocorre apenas em idosos?
Não. Até bebês podem ter. Existem casos relacionados a dispositivos médicos, por exemplo, lesões por pressão em áreas do corpo que ficam sobre tubos, drenos.
Como é o tratamento e em quanto tempo se consegue curar a lesão por pressão?
O tratamento é complexo. Depende se ocorre alguma infecção, se o paciente está desnutrido, se é diabético… O enfermeiro deve avaliar se é preciso usar coberturas na lesão. Às vezes é preciso usar antibiótico, internação na UTI (conforme avaliação médica). Por isso a importância da prevenção, a avaliação de um enfermeiro estomaterapeuta ou com experiência no cuidado de feridas. Esses profissionais vão saber orientar o cuidador sobre as tecnologias disponíveis para tratar melhor o tipo de lesão que o paciente apresenta. O tratamento pode durar anos.
Quais os riscos e complicações da lesão por pressão?
A complicação mais comum é a infecção da ferida, que pode levar à sepse (infecção generalizada) e a óbito. A lesão em si não tem alto índice de mortalidade, mas favorece o processo infeccioso.
Fonte: Enfermeiro estomaterapeuta Carlos Henrique Silva Tonázio, membro do Conselho Científico da Sobest - Associação Brasileira de Estomaterapia, seção Minas Gerais.
4 cuidados com o paciente acamado para evitar lesões por pressão
1) Mudar a posição a, no máximo, cada duas horas
Essa é a medida padrão ouro internacional. O enfermeiro deve orientar os cuidados sobre o paciente, as posições em que não pode ficar, respeitando os seus limites de dor e o seu conforto. Isso pode mudar dependendo do caso do paciente.
2) Trocar adequadamente as fraldas
É preciso fazer a higiene correta. Sabonete, água e secagem devem ser adequados.
3) Usar um colchão específico
É indicado o colchão piramidal caixa de ovos, que exige alguns cuidados específicos. Por exemplo, não pode ter menos de 7,5 cm de espessura nem ser coberto com plástico. O colchão tem validade de 30 dias.
4) Monitorar seu estado nutricional
O paciente deve seguir a dieta calórica e líquida prescrita pelo médico.
Fonte: Enfermeiro estomaterapeuta Carlos Henrique Silva Tonázio, membro do Conselho Científico da Sobest - Associação Brasileira de Estomaterapia, seção Minas Gerais.
Esse trabalho é de um valor tamanho , fiz pós em dermatologia, mas deveria ter feito estomaterapia..
Parabéns pela divulgação, como profissionais que se propuseram a cuidar de outros, temos que estar sempre capacitados e qualificados. Amo ser enfermeira!!!!
Muito obrigado! Abraços
Olá Carlos. Gostei do modo simples, direto e esclarecedor que vc abordou. Parabéns 😤
Obrigado! Abraços