08 - março - 2025
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Saiba o que é neurite vestibular

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Uma doença que não oferece risco à vida, mas causa extremo desconforto. Assim é a neurite vestibular. A inflamação do nervo do labirinto levou a ex-presidenta do Brasil e atual presidenta do banco do Brics, Dilma Rousseff, a uma hospitalização em Xangai, na China, onde ela mora.

O labirinto é uma pequena estrutura que fica dentro dos nossos ouvidos, mas tem uma grande importância. “Hoje a gente fala que o labirinto é um sexto sentido, porque ele é um sensor de movimento. Ele percebe a aceleração da cabeça”, explica a otoneurologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia, Lisandra Megumi. “Associado à visão e ao tato, ele faz parte de um sistema maior, que é o equilíbrio”, diz. A médica conta que as pessoas têm um labirinto direito e um esquerdo e cada um tem dois nervos. “Qualquer um desses dois nervos pode ficar inflamado e perder sua função”, explica.  

Neurite vestibular

De acordo com o otoneurologista Márcio Salmito, geralmente o paciente com neurite vestibular precisa de cuidados emergenciais porque fica temporariamente incapacitado pelos sintomas. O médico é presidente da Academia Brasileira de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.

“Ele tem, de uma hora para outra, uma crise de vertigem, aquela sensação de que está tudo girando. É como se estivesse no liquidificador, de forma bem intensa. E isso vem junto com muito mal-estar. A maioria das pessoas que tem neurite vestibular fala que foi a pior coisa que já sentiu na vida”, relata Márcio Salmito.

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Causas e tratamento

Márcio Salmito explica que o diagnóstico geralmente é feito com base nos sintomas. É que somente em alguns casos é possível verificar a inflamação em exames de ressonância magnética. A vertigem também é acompanhada de aceleração dos batimentos cardíacos, palidez, suor frio e vômitos frequentes, que podem causar desidratação.

A inflamação geralmente ocorre por infecção viral, inclusive influenza e covid-19. Por isso, o tratamento tradicional é feito com o controle dos sintomas e a administração de anti-inflamatórios à base de corticóides.

Apesar de não oferecer risco à vida, a doença pode deixar sequelas, de acordo com otoneurologia Márcio Salmito. “Tem três possibilidades. O labirinto pode voltar ao normal, como se nada tivesse acontecido. A segunda possibilidade, que é a mais comum, é o labirinto não voltar mais ao normal, e no entanto, a pessoa conseguir, pelo mecanismo de compensação vestibular, ficar totalmente sem sintomas. E a terceira possibilidade é a pessoa não conseguir compensar e desenvolver um quadro de tontura crônica”, ele diz.

Por causa da idade – 77 anos – Dilma tem mais chances de ficar com a função do labirinto prejudicada. Isso porque, de acordo com Salmito, o mecanismo de compensação – que faz com que a estrutura do ouvido saudável assuma a função do ouvido atingido – piora com o passar dos anos.

Mas, quando o paciente demora ou não consegue se recuperar, é possível intervir com exercícios de reabilitação vestibular ou medicamentos. Além disso, a otoneurologista Lisandra Megumi lembra que a vertigem pode ter consequências secundárias, especialmente em idosos: “a habilidade de se movimentar pode cair um pouco, o que aumenta o risco de acidentes, quedas e fraturas”

Outras doenças

A médica do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia destaca ainda que a neurite vestibular causa sintomas tão intensos que dificilmente a pessoa deixará de procurar atendimento médico. Ela ressalta que deve-se investigar todas as tonturas e vertigens.

“Muitos pacientes acabam tomando remédio para o labirinto, sem saber exatamente qual é a doença que está por trás. Pode ser um AVC, que a gente tem que investigar a parte vascular, ou uma crise de migrânea vestibular, que é uma tontura associada com a enxaqueca”, explica.

“Algumas doenças se arrastam mais. Aí o paciente consegue entender que aquele movimento não é confortável, e passa a evitar o movimento que dá tontura. Então, no dia a dia, ele vai convivendo com a tontura, porque ele cria mecanismos para não ter aquele desconforto. Mas em alguns casos, quando a gente examina, consegue flagrar que existe uma tontura muito importante e que precisa de um tratamento específica”, aconselha a especialista.

Fonte: Agência Brasil
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