Vamos cuidar da nossa voz?
Professora da UFMG explica a importância dos cuidados e esclarece alguns sinais de alerta
A voz humana existe desde o nascimento e se apresenta de diversas formas, tais como o choro, o grito, o riso e os sons da fala. Ela tem a nossa identidade – algumas vozes são inconfundíveis! – e transmite a nossa emoção junto com a palavra.
A fonoaudióloga Letícia Caldas Teixeira, professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), alerta para alguns sinais que devem nos preocupar e nos levar a procurar um médico ou fonoaudiólogo.
Como funciona
A voz é produzida na laringe (garganta), um tubo que contém as pregas vocais (cordas vocais). Ao inspirarmos, o ar entra nos pulmões, e as pregas vocais se afastam. Ao falar, as pregas vocais se aproximam, o ar sai dos pulmões e, passando pela laringe, produzem uma vibração.
Além do aspecto funcional e anatômico, ela é um instrumento de trabalho e para o trabalho. “Muitos profissionais dependem dela para o trabalho e como ferramenta da comunicação”, explica a professora da UFMG.
Sinais de alerta
“Se sua voz está diferente nos últimos tempos, tem ficado rouca, fraca, tensa ou cansada e esses sintomas têm mais de 15 dias, consulte um médico ou um fonoaudiólogo para saber o que está acontecendo”, orienta a fonoaudióloga.
A população precisa se conscientizar de que a rouquidão não é normal. “Ela pode ser um pequeno problema no uso da voz, mas pode ser um sintoma de câncer de laringe e, por esse motivo, fazemos tantas campanhas de promoção e esclarecimento a população”, diz Letícia.
Como cuidar
- Evite abusos vocais, como, por exemplo, falar muito alto por longos períodos.
- Procure falar sem fazer força e articule bem as palavras ao falar.
- Beba água regularmente (8 copos).
- Perceba se você fala com mais esforço que o necessário.
- Evite gritar e falar muito em ambientes ruidosos, competindo com o barulho.
- Limite o uso de bebidas alcoólicas e não fume.
- Se for difícil abandonar o cigarro e a bebida, procure um programa para interromper o tabagismo.
- Remédios caseiros geralmente não dão resultados. Procure saber o que está acontecendo. Vá a um médico ou um fonoaudiólogo.
- Caso use a voz profissionalmente, faça uma avaliação vocal com um fonoaudiólogo e siga as orientações para diminuir o desgaste vocal.
Triagem da voz
Nesta segunda, dia 17, haverá uma triagem básica aberta a toda a população, das 9h às 11h30, no hall da Faculdade de Medicina da UFMG, na região hospitalar, em Belo Horizonte. “Vamos aplicar um breve questionário para entender o quanto o indivíduo conhece sobre a sua voz e depois realizar uma avaliação básica. Quem apresentar sinais de alteração será orientado sobre como proceder”, explica.
Fonte: Fonoaudióloga Letícia Caldas Teixeira. Professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Coordenadora do Programa de Extensão Voz para Todos: Projeto Promoção da Saúde Vocal.