01 - abril - 2025
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Atividade física só no fim de semana é bom ou ruim?

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Praticar atividade física só no fim de semana tem benefícios parecidos na redução da mortalidade a longo prazo assim como se exercitar regularmente ao longo dos demais dias. Esse benefício, no entanto, somente existe se o volume semanal de atividade física for tão intenso quanto o distribuído durante a semana.

Isso é o que revela uma pesquisa inédita da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo apontou que não há diferença significativa nas taxas de mortes entre esses dois grupos. Segundo os autores, o resultado desmistifica a ideia de que é preciso fazer exercício físico todos os dias para ter benefícios. E pode incentivar pessoas a adotar hábitos saudáveis de acordo com suas possibilidades.

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Já se sabe que a atividade física contribui para a redução do risco cardiovascular e mortalidade em geral, mas há poucos estudos sobre a relação entre a frequência semanal praticada e os desfechos a longo prazo.

Saiba mais sobre o estudo

Para suprir essa lacuna, os autores analisaram inquéritos sobre a saúde de mais de 350 mil adultos nos Estados Unidos entre 1997 e 2013. O cientistas cruzaram esses dados com os de mortalidade. Depois, dividiram os participantes em dois grupos conforme a rotina de exercícios. Os ativos, considerando aqueles que cumpriam a recomendação de 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de vigorosa. E os inativos, que não atingiam esse volume.

Os ativos, por sua vez, foram subdivididos em outros dois grupos. Os chamados “guerreiros de fim de semana”, quando faziam atividade física somente em um ou dois dias. E os regularmente ativos, aqueles que se exercitavam cinco vezes ou mais por semana.

No final, os resultados mostraram que não houve diferença significativa na mortalidade cardiovascular e por qualquer causa entre os dois grupos de ativos. Isso considerando o mesmo volume semanal de atividade física, tá?

Atividade física só no fim de semana

“Observamos que tanto faz se a atividade física é espalhada ou concentrada, o que importa mais é o volume total de atividade moderada ou vigorosa realizada na semana”, avalia Leandro Rezende, um dos autores do estudo, coordenador e orientador permanente do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Escola Paulista de Medicina da Unifesp.

“Para o mesmo volume de atividade física semanal, os dois grupos alcançam os mesmos benefícios, o que muda é a frequência da atividade, e isso pode ajudar as pessoas a aderirem à atividade física”, complementa ele.

Benefícios

Isso pode ser bom para quem não tem muito tempo para fazer exercícios. “Mas, para atingir o mínimo recomendado, o treino em poucos dias deve ser um pouco mais puxado”, orienta o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, doutor em ciências do esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação. Para se ter uma ideia, isso equivaleria a duas caminhadas de pouco mais de uma hora em ritmo moderado, por exemplo.

Segundo Crivoi do Carmo, a vantagem de se exercitar mais vezes na semana é conseguir atingir as recomendações de forma mais tranquila ou superar a meta, o que seria até melhor. “Tentar fazer (exercícios) o maior número de dias possível e se manter ativo ao longo do dia ainda é a melhor opção”, recomenda. Mas vale o alerta: “Pessoas com doenças crônicas preexistentes podem precisar de maior controle do volume e intensidade do treino”, diz o especialista.

Guia de atividade física

No Guia de Atividade Física para População Brasileira, o Ministério da Saúde alerta que a atividade física faz parte do dia a dia e traz diversos benefícios. O guia cita como exemplos o controle do peso e a melhora da qualidade de vida, do humor, da disposição, da interação com as outras pessoas e com o ambiente.

O documento diz ainda que podemos fazer atividade física em quatro domínios de nossas vidas: no tempo livre; quando nos deslocamos; nas atividades do trabalho ou dos estudos; e nas tarefas domésticas.

Onde fazemos atividade física

  • A atividade física no tempo livre é feita no seu tempo disponível ou no lazer, baseada em preferências e oportunidades. Você pode caminhar, correr, empinar pipa, dançar, nadar, fazer trilha, pedalar, surfar, pular corda, jogar futebol, vôlei, basquete, bocha, tênis, peteca, taco/bete, frescobol, praticar ginástica, musculação, hidroginástica, artes marciais, capoeira, yoga, ou participar de brincadeiras e jogos, como esconde-esconde,
    pega-pega, saltar elástico, queimada/baleado/carimba/caçador, entre outras.
  • A atividade física no deslocamento é feita como forma de deslocamento ativo para ir de um lugar a outro. Você pode caminhar, manejar a cadeira de rodas, pedalar, remar, patinar,
    andar a cavalo, de skate ou de patinete (sem motor), entre outras.
  • A atividade física no trabalho ou estudo é feita no trabalho e em atividades educacionais, para desempenhar suas funções laborais ou de estudo. Você pode plantar, capinar, colher, caminhar, correr, pedalar, limpar, varrer, lavar, ordenhar, carregar objetos, participar das aulas de educação física, brincar no recreio ou intervalo entre as aulas e, também, antes ou depois das aulas, entre outras.
  • A atividade física nas tarefas domésticas é feita para o cuidado do lar e da família. Você pode cuidar das plantas, cortar a grama, fazer compras, dar banho na criança, no idoso, na pessoa que requer cuidados ou no animal de estimação, varrer, esfregar ou lavar, entre outras.

Tipos de intensidade de atividade física

Você sabia que as atividades físicas podem ser praticadas em diferentes intensidades? O guia do Ministério da Saúde explica ainda que a intensidade é o grau do esforço físico necessário para fazer uma atividade física. Normalmente, quanto maior a intensidade, maior é o aumento dos batimentos do coração, da respiração, do gasto de energia e da percepção de esforço. Para saber qual a intensidade da atividade física que você está praticando, preste atenção em como você se sente. A intensidade pode ser:

  • Leve: exige mínimo esforço físico e, portanto, causa pequeno aumento da respiração e dos batimentos do seu coração. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é de 1 a 4. Você vai conseguir respirar tranquilamente e conversar normalmente enquanto se movimenta ou até mesmo cantar uma música.
  • Moderada: exige mais esforço físico, por isso faz você respirar mais rápido que o normal e aumenta moderadamente os batimentos do seu coração. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é 5 e você vai conseguir conversar com dificuldade enquanto se movimenta e não vai conseguir cantar.
  • Vigorosa: exige um grande esforço físico, pois faz você respirar muito mais rápido que o normal e aumenta muito os batimentos do seu coração. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é 7 e você não vai conseguir nem conversar enquanto se movimenta.

Você pode baixar o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, aqui.

Fonte: Agência Einstein
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