O centro bioindustrial do Instituto Butantan, de São Paulo, anunciou nesta semana que iniciou a produção de sua vacina contra a dengue. Apesar da iniciativa, o Brasil não terá vacinação em massa contra dengue neste ano.
O problema é fazer a fabricação da vacina Butantan-DV ganhar escala de produção para chegar a uma centena de milhões. “O Butantan está produzindo, mas não há previsão de uma vacinação em massa contra a dengue neste ano de 2025. Isso é muito importante colocar, independente da Anvisa, porque é preciso ter escala nessa produção”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
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A previsão do Butantan, divulgada em dezembro, é de fornecer um milhão de doses neste ano. A expectativa é totalizar a entrega de 100 milhões de doses em 2027.
A entrega das doses só poderá ocorrer após a liberação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa os documentos sobre os imunizantes. Posteriormente, a vacina deverá ser submetida à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para incorporação no programa de imunização.
Butantan-DV
A Butantan-DV será uma vacina em dose única. Segundo a ministra, os estudos clínicos apontam “uma excelente eficácia”. Ela ressalta, porém, que, por enquanto, v não está disponível na escala desejada. Por isso, alerta, é necessário reiterar e manter os cuidados orientados pelo Ministério da Saúde contra o mosquito Aedes aegypti.
Na quarta-feira (22) à tarde, em Brasília, a ministra Nísia Trindade se reuniu com representantes de conselhos, da sociedade civil, instituições de saúde, associações e especialistas. O objetivo foi discutir e alinhar estratégias de controle da dengue e de outras arboviroses.
Escolas
Na próxima semana, antes da volta das aulas nas escolas públicas, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação vão retomar iniciativas do programa Saúde na Escola, presente em 96% dos municípios brasileiros, para ter as escolas como espaços livre da dengue.
Entre as medidas, além da informação e mobilização das comunidades dentro e ao redor dos colégios, está prevista a borrifação nos prédios escolares de um inseticida com ação prolongada contra o Aedes aegypti.
Campanha
Neste ano, o país tem mais de 100 mil casos prováveis de dengue, além de 15 mortes causadas pela doença. Outros 116 óbitos estão em investigação (dados atualizados até 23 de janeiro do Painel de Monitoramento das Arboviroses. Por isso, o ministério intensificou a campanha de conscientização e combate às arboviroses. A ação foi intensificada sobretudo em Estados com tendência de aumento de casos não apenas de dengue, mas também de zika e chikungunya.
O foco da campanha está nos sintomas das doenças, incentivando a busca por unidades básicas de saúde (UBS) diante de sinais como manchas vermelhas no corpo, febre, dores de cabeça e dores atrás dos olhos. A iniciativa, segundo a pasta, é direcionada às seguintes unidades federativas: Acre, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Distrito Federal.
Vacinação
O ministério reforça ainda a importância da vacinação contra a dengue como estratégia preventiva, “embora a disponibilidade de doses ainda dependa do fornecimento pelos fabricantes”. Atualmente, o imunizante Qdenga está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Em Belo Horizonte, as doses são indicadas para o público de 6 a 14 anos. A vacina está disponível nos 153 centros de saúde e no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante.
Fonte: Agência Brasil