23 - novembro - 2024
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Dormir mal traz riscos para a saúde mental a longo prazo

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Um megaestudo revisou as pesquisas feitas nos últimos 50 anos e mostrou evidências sólidas de que dormir mal traz riscos para a saúde mental a longo prazo. A pesquisa, da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, mostrou associação entre a falta de sono e a redução das emoções positivas, como alegria e contentamento, e o aumento dos sintomas de ansiedade.

Além disso, o trabalho também mostra que esses efeitos negativos ocorrem mesmo quando a pessoa tem pequenas reduções no período de descanso, como deitar uma ou duas horas além do usual.

A longo prazo, isso aumenta o risco de transtornos do humor, como depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático.

Maíra Honorato, especialista em medicina do sono do Hospital Israelita Albert Einstein

Os autores buscaram os estudos existentes sobre todo tipo de privação de sono e seu impacto no estado emocional. Para isso, analisaram 154 artigos de 28 países, totalizando 5.715 participantes.

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Nos trabalhos incluídos, os cientistas induziram os voluntários a simular tanto a privação aguda – em que eles ficavam longos períodos sem pregar os olhos – quanto a crônica, em que tinham que dormir menos horas do que o usual. Também avaliou-se, pois, o efeito do chamado sono fragmentado, quando há interrupção do sono várias vezes.

Sintomas e emoções

O impacto emocional foi mensurado por meio de questionários com respostas a estímulos emocionais e testes para medir sintomas de ansiedade e depressão. Todos os dados eram, então, comparados a um grupo controle.

Diferentemente dos afetos positivos, as emoções negativas como medo, raiva, desgosto e estresse, foram menos consistentes. Para os autores, pois, há uma explicação evolutiva para esse fenômeno: esses sentimentos têm função imediata diante de uma ameaça. “O fato de eles serem menos afetados pela falta de sono seria melhor para nossa própria proteção”, explica a especialista.

Outros estudos sugerem que cerca de 30% dos adultos não dormem o suficiente e também servem de alerta para o problema. Um artigo brasileiro aponta que fatores como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e excesso de peso também estão associados a problemas para dormir. Em São Paulo, dados do Estudo Epidemiológico do Sono (Episono) mostram que 45% da população queixa-se de insônia.

Fonte: Agência Einstein
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