05 - julho - 2024
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Quais são os melhores exercícios para reduzir a hipertensão? Veja aqui

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Quando se fala em estratégias de atividades físicas para reduzir a pressão arterial, a primeira alternativa geralmente é fazer exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo. Mas um novo estudo, publicado no British Journal of Sports Medicine, sugere que vale a pena considerar outro tipo de atividade contra a hipertensão. Trata-se dos exercícios isométricos, também chamados de estáticos, como prancha e agachamento, seriam os melhores exercícios para reduzir a hipertensão.

“Os exercícios isométricos são caracterizados pela contração muscular sem que haja a realização de movimentos. Consiste em ficar estático, em uma posição específica, durante a execução do exercício. Eles podem ser desempenhados de uma forma sustentada ou intermitente, sendo a segunda uma forma mais dinâmica. Como exemplos, temos extensão de joelho, agachamento e prancha abdominal, entre outros”, explica a cardiologista Sayuri Inuzuka, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia. Ela também é pesquisadora da Unidade de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiânia (UFG).

Para chegar aos melhores exercícios para reduzir a hipertensão, os autores fizeram uma revisão de 270 ensaios clínicos. Esses estudos foram realizados entre 1990 e 2023 e envolveram 15.827 participantes. Eles avaliaram o impacto da atividade física na pressão arterial em diferentes categorias de exercícios. Foram estudados treinamentos intervalado de alta intensidade (HIIT), isométrico, aeróbico e de resistência dinâmica e ainda uma combinação dos dois últimos.

O que é pressão saudável

Os autores consideraram como saudável a pressão em repouso abaixo de 130 mmHg por 85 mmHg e como alta a pressão de 140 mmHg por 90 mmHg ou mais. Os primeiros números são a pressão arterial sistólica (medida durante a contração do coração, ou seja, a força exercida contra as paredes das artérias). Os números inferiores são a pressão diastólica (que é medida durante o relaxamento do coração).

À medida que as pessoas envelhecem, a pressão sistólica tende a aumentar. Por isso, ela é um importante preditor de risco para doenças cardiovasculares – e o seu controle é fundamental para prevenir ou retardar o desenvolvimento da hipertensão. Segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão, para chegar ao valor correto, é preciso medi-la com a técnica correta em pelo menos duas ocasiões diferentes e na ausência de uso de anti-hipertensivo. Além disso, é preciso validar as medidas com avaliação fora do consultório pelas Monitorizações Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Residencial da Pressão Arterial (MRPA).

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Os resultados da revisão de estudos apontaram que houve reduções na pressão arterial após o treinamento físico em todas as modalidades de exercícios. No entanto, a diminuição foi maior após o treinamento físico isométrico. Os autores apontaram que os agachamentos na parede (exercício isométrico) foram mais eficazes para reduzir a pressão sistólica e a corrida (aeróbico), para diminuir a pressão diastólica.

Segundo a cardiologista, os benefícios da prática de atividade física aeróbica sobre a redução da pressão arterial estão bem estabelecidos na literatura. Ela diz, no entanto, que pouco se sabe sobre o impacto dos exercícios isométricos. “O que a gente sabe é que as contrações isométricas geram a pressão intramuscular e limitam o fluxo sanguíneo no músculo em contração. Isso gera uma fadiga neuromuscular em função da redução do aporte de oxigênio, aumentando o desequilíbrio metabólico, promovendo o ganho de força e a hipertrofia. E parece também melhorar a função endotelial”, afirma a médica. Ela explica que ter a função endotelial adequada pode reduzir níveis pressóricos e, consequentemente, reduzir os eventos cardiovasculares.

Exercícios para reduzir a hipertensão

De acordo com a cardiologista, os resultados da revisão de estudos que aponta os melhores exercícios para reduzir a hipertensão são importantes e podem ajudar a promover adequações nos treinos e até melhorar a adesão – os autores sugerem que os treinos isométricos seriam mais eficientes e, por isso, fazê-los demandaria dedicar menos tempo de treino em comparação com os exercícios aeróbicos.

“Por se tratar de uma metanálise de estudos com diferentes protocolos, as razões para explicar os achados ainda não são claras. Mas os resultados podem promover o apoio à redução na frequência de treinos, por exemplo, três vezes por semana, em oposição a uma frequência acima de cinco vezes semanais, melhorando a adesão e, consequentemente, um melhor atingimento de metas e a redução de eventos cardiovasculares”, diz a médica do Einstein, que ressalta que o melhor caminho seria realizar uma composição de diferentes exercícios.

Eu defendo que a pessoa faça aquele exercício que ela gosta de fazer, porque aí ela faria com frequência e não falharia.

Sayuri Inuzuka, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia e pesquisadora da Unidade de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiânia (UFG)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 minutos semanais de exercícios de intensidade moderada.

O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para a mortalidade global. Um estudo recente mostrou que crianças e adultos passam cerca de 55% do tempo acordados em sedentarismo, o que equivale a 7,7 horas do dia.

Sayuri Inuzuka, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia e pesquisadora da Unidade de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiânia (UFG)

“A grande importância que vejo nesse estudo é a de que a prática de atividade física regular, independentemente do tipo de exercício, previne e controla a pressão arterial. O importante é sair do sedentarismo”, completou.

Pressão alta

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada, pois, pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ocorre quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).

Riscos

A pressão alta faz com que o coração exerça um esforço maior para a distribuição correta do sangue pelo corpo. É um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

No Brasil, 388 pessoas morrem por dia por hipertensão.

O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo, entre eles:

  • Fumo;
  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Obesidade;
  • Estresse;
  • Elevado consumo de sal;
  • Níveis altos de colesterol;
  • Falta de atividade física.

Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior na raça negra e em pessoas com diabetes, aumentando com a idade.

Sintomas

Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

Diagnóstico

Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.

Tratamento

A pressão alta não tem cura, mas há tratamento e pode ficar sob controle. Somente o médico, no entanto, poderá determinar o melhor método para cada paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa Farmácia Popular. Nesse sentido, para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. Tanto um profissional do SUS quanto um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas podem emitir a receita.

Fontes: Agência Einstein e Ministério da Saúde
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