31 - março - 2025
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Uso de PMMA para fins estéticos tem alto risco; saiba por quê

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Não é de hoje que o uso do PMMA para fins estéticos preocupa profissionais de saúde. No entanto, casos recentes, inclusive de mortes associadas à aplicação do polimetilmetacrilato, levaram o Conselho Federal de Medicina (CFM) a pedir que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíba a produção e comercialização de preenchedores à base de PMMA.

Publicado em janeiro de 2025, o documento relata que o uso dessa substância na medicina remonta à Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Naquela época, ela era utilizada para corrigir danos cranianos decorrentes de traumas. De acordo com o CFM, o PMMA usado em preenchimentos é um composto constituído por microesferas suspensas em solução de colágeno bovino, carboximetilcelulose ou hidroxietilcelulose.

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“O desenvolvimento desta apresentação teve início na década de 1990, com utilização no Brasil desde o final daquela década e aprovação de uso pelo FDA em 2006”, diz o órgão no documento.

Em novembro de 2024, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) também se manifestou contrária ao uso de polimetilmetacrilato injetável em procedimentos médicos. De acordo com a Anvisa, o uso do PMMA para fins estéticos não tem autorização no país. O órgão aprova sua aplicação apenas em casos corretivos específicos.

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Riscos à saúde

Um dos maiores problemas em relação ao polimetilmetacrilato é que o organismo não o absorve. Ao contrário do ácido hialurônico — um preenchedor cujo princípio ativo é naturalmente produzido pelo nosso corpo e, portanto, é mais seguro —, o PMMA pode ser reconhecido como um corpo estranho. E, assim, desencadear reações inflamatórias locais e até sistêmicas, capazes de causar de deformidades a necrose de tecidos e até a morte.

“Existem casos descritos na literatura mostrando que, quando ocorre aplicação em grandes volumes, pode levar ao aumento dos níveis de cálcio no sangue e desencadear uma insuficiência renal”, conta a dermatologista Sylvia Ypiranga, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo.

Caso haja a necessidade de retirar o PMMA aplicado, é preciso submeter o paciente a uma cirurgia. E o problema pode ser ainda maior se a pessoa resolver fazer um novo procedimento no mesmo local. É que existe um risco aumentado de reações adversas quando se implanta preenchedores de características diferentes na mesma região.

Mudanças no corpo

Além disso, com o passar do tempo, o corpo muda. E, muitas vezes, o produto injetado na região não acompanha essas alterações estruturais. Isso faz com que a aparência não fique harmoniosa.

Entre os motivos que fazem muita gente recorrer ao PMMA é o fato de ele ser mais barato. De acordo com Ypiranga, quando aplicado em grandes quantidades para aumentar o volume de áreas como glúteos e panturrilhas, aumenta o risco de efeitos colaterais, deformidades e reações que podem levar à morte.

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Procedimentos ao ano

Em 2022, houve registro de cerca de 3 milhões de procedimentos estéticos no Brasil. Desses, 971 mil foram não cirúrgicos, o que inclui aplicação de substâncias como toxina botulínica, ácido hialurônico e peeling químico. É o que revela um levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) (leia aqui).

Antes de se submeter a qualquer procedimento, procure um médico capacitado, que tenha referência de outros pacientes. Converse com ele sobre o melhor tipo de tratamento e produto de acordo com seus objetivos.

“É aconselhado sempre procurar um profissional de confiança e ter uma boa relação com ele. Isso para saber exatamente o que está sendo feito”, orienta o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Fonte: Agência Einstein

Matéria foi atualizada em 28 de março para corrigir a informação sobre o número de procedimentos estéticos feitos no Brasil em 2022: foram 3 milhões, e não 3.000.

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