29 - abril - 2024
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Hepatites virais matam 3.500 por dia no mundo, alerta OMS

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As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo. A doença já responde como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta. As hepatites virais matam 3.500 por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo número da tuberculose, que ocupa o primeiro lugar no ranking. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estudo divulgado pela entidade na terça-feira (9) destaca que a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram. Isso, apesar de melhores ferramentas para diagnóstico e tratamento disponíveis, além da queda no preço desses produtos. “Mesmo assim, atingir a meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possível. Desde que se tomem medidas rápidas agora”.

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Os dados mostram que as mortes por hepatites virais registradas em 187 países passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022. Desse total, 83% têm a hepatite B como causa e 17%, a hepatite C. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os óbitos aumentaram porque pouquíssimas pessoas com a doença têm acesso ao diagnóstico e tratamento adequado.

Casos

A estimativa da entidade é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022. Mais da metade das infecções ocorreu entre adultos de 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.

Apesar de uma leve queda no número de casos entre 2019 e 2022, a incidência da doença no mundo, segundo a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. “Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias”, destacou o estudo.

Tratamento

Até o fim de 2022, cerca de 13% das pessoas tiveram diagnóstico de infecção crônica por hepatite B em todas as regiões do mundo. Outros 3% recebiam terapia antirretroviral indicada para tratar a doença. No caso da hepatite B, 36% foram diagnosticadas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.

“Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global de tratar 80% das pessoas vivendo com hepatite B crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, eles indicam uma leve, mas consistente melhora no diagnóstico e na cobertura de tratamento da doença desde o último balanço, em 2019”, destacou a OMS.

Os diagnósticos de hepatite B aumentaram de 10% para 13% no período, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstico aumentou de 21% para 36% e o acesso ao tratamento, de 13% para 20%.

Disparidades

O estudo ressalta que os dados variam drasticamente de região para região. O Continente Africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. Ainda assim, só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. Já a região do Pacífico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnosticadas têm acesso ao tratamento.

Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, juntos, respondem por quase dois terços do fardo global das hepatites B e C. “Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento nestes dez países até 2025, juntamente com esforços intensificados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Recomendações

Entre as recomendações da OMS, está ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primária; e mobilizar financiamentos inovadores.

“O financiamento para as hepatites virais, em nível global e no âmbito dos orçamentos de saúde de cada país, não é suficiente. Isso resulta de uma combinação de fatores. Incluindo a consciência limitada de intervenções e ferramentas que podem salvar vidas, bem como prioridades concorrentes nas agendas globais de saúde”, concluiu a entidade.

No Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus AB e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum no Norte do país) e o da hepatite E, mais encontrado na África e na Ásia. 

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose. Ambas podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão. 

Fonte: Agência Brasil
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