29 - abril - 2024
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Novo remédio para diabetes tem resultado superior ao Ozempic

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  • Novo remédio para diabetes tipo 2, o Mounjaro (tirzepatida) apresenta maior eficácia no controle da glicemia e perda de peso do que o Ozempic (semaglutida), já vendido no Brasil.
  • Os dados foram publicados no “The New England Journal of Medicine”. Um artigo no “The Lancet” já havia constatado a eficácia e a segurança da droga em estudo com mais de 19 mil pacientes em diversos países, incluindo o Brasil.
  • O Mounjaro foi aprovado no fim do mês passado pela Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. A fabricante Eli Lilly diz que ainda não há previsão para vendê-lo no Brasil. Após receber a aprovação regulatória, o medicamento segue pelo processo de precificação em conjunto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) antes de ser autorizada sua comercialização. Pode levar de 90 dias a vários meses até que ele esteja disponível nas farmácias.

Diferenças

O Ozempic e o Mounjaro são aplicados por meio de uma injeção semanal e têm um mecanismo de ação parecido: eles estimulam receptores hormonais localizados no intestino envolvidos na digestão dos alimentos e na secreção da insulina. Ambos são moléculas sintéticas chamadas de agonistas – ou seja, simulam o efeito de substâncias naturais e se ligam a receptores das células, ativando-os.

Enquanto o Ozempic age apenas por meio de um análogo de um dos hormônios, o chamado GLP1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon), o Mounjaro é um duplo agonista – ou seja, uma única molécula apresenta efeito para dois receptores, o GLP-1 e o GIP (polipetídeoinsulinotrópico dependente da glicose). Por isso, explicam os especialistas, seus efeitos são potencializados.

Ao ativar esses receptores intestinais, dependendo dos níveis de glicose no sangue, os medicamentos estimulam a produção de insulina pelo pâncreas, melhorando o controle da glicemia. Eles também retardam o esvaziamento gástrico, reduzindo o trânsito intestinal.

Além disso, atuam no sistema nervoso central aumentando a sensação de saciedade. E, enquanto os hormônios naturais são degradados rapidamente pelas enzimas, os compostos sintéticos circulam por muito mais tempo pelo organismo.

Resultados

No estudo que comparou os dois, a enorme maioria dos voluntários conseguiu reduzir a taxa de hemoglobina glicada – exame que avalia os níveis de glicemia nos últimos três meses – para menos de 7%, como recomendado para pacientes com diabetes.

Dependendo da dose, entre 29% e 46% dos que usaram o Mounjaro atingiram a taxa de 5,7% (o valor de pessoas sem a doença), contra 19% dos que receberam o Ozempic. E isso com baixo risco de hipoglicemia, algo difícil com os remédios em uso atualmente.

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A dosagem mais alta do novo medicamento levou a quase o dobro da perda de peso do observado com a semaglutida. O teste acompanhou quase 2.000 pessoas durante 40 semanas em 128 centros localizados em diversos países.

“Os resultados são superiores aos remédios atuais. A tirzepatida tem grande eficácia na perda de peso, aumenta a secreção de insulina, melhora o controle da glicemia e, com isso, pode ajudar a prevenir quadros de resistência à insulina”, diz o endocrinologista Simão Lottenberg, do Hospital Israelita Albert Einstein.

É o remédio mais potente que já tivemos.
Acredito que ele caminhe também para aprovação contra a obesidade.

Rodrigo Lamounier, endocrinologista e diretor da Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso)

Efeitos colaterais

Os médicos explicam que, por enquanto, o medicamento só foi aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2 e ainda não está disponível no país. “Como ele pode apresentar riscos e efeitos colaterais, como intolerância gastrointestinal, náuseas e vômitos, deve ser usado sempre com indicação e acompanhamento médico”, diz Lamounier.

Chegada ao Brasil

O laboratório Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, diz em nota oficial que não há previsão de chegada do remédio ao Brasil. “Antes de estar disponível nas farmácias, todo medicamento precisa passar pelo processo de precificação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão que regula o preço dos medicamentos no Brasil. O processo de precificação costuma levar em torno de 90 dias, geralmente. Todo o processo é conduzido por um órgão regulatório, portanto, não temos uma previsão de quando ele estará completo”, diz o comunicado.

E contra obesidade?

Nos EUA, nem o Ozempic nem o Mounjaro foram aprovados especificamente para a perda de peso. O FDA, a agência que regulamenta alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, aprovou os dois medicamentos para tratar diabetes tipo 2 em 2017 e 2022, respectivamente. Médicos, no entanto, costumam usá-los off-label (quando um remédio é usado para outra finalidade) para perda de peso.

O Wegovy, remédio injetável aprovado pela Anvisa para tratar a obesidade, contém o mesmo ingrediente principal do Ozempic, a semaglutida. A previsão era que ele estivesse à venda no Brasil no segundo semestre de 2023, mas ele deve chegar às farmácias brasileiras somente em 2024.

Fonte: Com Agência Einstein
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