01 - maio - 2024
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Ozempic exige cuidados especiais em anestesia; veja quais

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Pacientes que usam remédios com a semaglutida (princípio ativo de Ozempic e Wegovy) devem tomar cuidados com o jejum antes de anestesia ou sedação. Esses remédios retardam o esvaziamento do estômago. Por isso, podem aumentar o risco de aspiração pulmonar durante o procedimento. É o que reforça um estudo feito na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e publicado no Jama Surgery. Inicialmente indicados para o tratamento do diabetes, eles ganharam fama pelo efeito na perda de peso e vêm se tornando cada vez mais populares.

O jejum pré-cirúrgico do Ozempic serve para garantir que o paciente tenha o mínimo volume residual gástrico. Sob anestesia ou sedação, a pessoa perde os reflexos de defesa, aumentando o risco de regurgitação desse conteúdo e aspiração, levando a graves danos pulmonares. No estudo, dos 124 pacientes acompanhados, mais da metade (56%) dos que usavam esses remédios apresentaram resíduos após o jejum-padrão – oito horas para a dieta geral e duas horas para água e chá.

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Drogas como asemaglutida e outras como a liraglutida e a dulaglutida simulam o efeito do GLP-1 (Glucagon-Like Peptide-1), um hormônio produzido pelo intestino, e liberado na presença de glicose, que sinaliza ao cérebro que a pessoa está alimentada, diminuindo o apetite e a velocidade do esvaziamento gástrico e aumentando a saciedade. Elas agem diretamente no estômago e no trato gastrointestinal, reduzindo a motilidade, e no pâncreas, estimulando a liberação de insulina e diminuindo a liberação de glucagon, o que auxilia no controle da hiperglicemia.

“Inicialmente o impacto desses medicamentos no esvaziamento gástrico não foi tão valorizado, mas, após episódios em que foram detectados resíduos mesmo muito tempo após a última dose, as sociedades vêm mudando as recomendações”, diz o médico anestesiologista Wilson Nogueira Soares Junior, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Pausa até para endoscopia

Nesse sentido, desde o ano passado, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam uma pausa no uso de medicamentos como o Ozempic antes de um procedimento cirúrgico de rotina sob anestesia ou sedação, incluindo exames como endoscopia. Assim, quem toma a liraglutida deve suspender o uso dois dias antes, os medicamentos dulaglutida, tirzepatida e lixisenatida precisam de 15 dias de interrupção, e a semaglutida, 21 dias. A regra não se aplica aos procedimentos obstétricos e de urgências.

“Muitos profissionais que os prescrevem não vêm orientando os pacientes em relação às novas diretrizes de segurança relacionadas ao jejum para cirurgias eletivas. Isso aumenta o risco e impacta a dinâmica do atendimento hospitalar, com atrasos e a eventual suspensão dos procedimentos”, observa Soares Junior. Por isso é essencial que o paciente sempre reporte o uso da medicação à equipe médica.

Caso ele se interne sem respeitar o tempo de suspensão do remédio, é possível fazer um ultrassom. Isso para avaliar o volume dos resíduos de conteúdo gástrico. Dependendo do resultado, pode-se optar por suspender ou permitir a intervenção.

Cirurgias de emergência dispensam as recomendações de jejum. Nesses casos, são usadas outras técnicas. Como, por exemplo, a anestesia peridural ou a raquianestesia, anestesia geral com intubação de sequência rápida. Ou ainda a anestesia tópica com o paciente acordado, realizando pré-oxigenação e deixando sempre o aspirador preparado para alguma emergência. “Assim, conseguimos minimizar o risco de uma possível regurgitação e aspiração do conteúdo gástrico quando não se pode postergar o procedimento”, diz o especialista.

Fonte: Agência Einstein
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