09 - maio - 2024
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Unaids aponta caminho para acabar com epidemia de Aids até 2030

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Imagem mostra um relógio analógico com uma fita vermelha representando a luta contra a Aids e a frase "It is about time"
Unaids alerta que é necessário investir na prevenção do HIV e da Aids para erradicar doença até 2030. (Crédito: Pexel/Divulgação)


Uma pessoa morreu a cada minuto em consequência da Aids no mundo em 2022 e, a cada hora, uma mulher ou menina foi infectada pelo vírus HIV. O cenário ainda assusta, 40 anos após a rápida disseminação da doença. E reforça a urgência da prevenção. Nesta quinta-feira (13), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) divulgou seu relatório anual e apontou o caminho para acabar com a epidemia de Aids até 2030.


O documento “O Caminho para Acabar com a Aids” traz dados e estudos de caso de países e líderes que já investem política e financeiramente em ações contra a doença. E que estão conseguindo, segundo o Unaids, “resultados extraordinários”.


Epidemia implacável


Há duas décadas, mais de 2,5 milhões de pessoas se infectavam com o HIV a cada ano, e a Aids matava 2 milhões de pessoas anualmente. Agora, como resultado dessas estatísticas, há 39 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. Desse total, 29,8 milhões de pessoas recebem tratamento. Isso, segundo o Unaids, representa um adicional de 1,6 milhão de pessoas em cada um dos anos de 2020, 2021 e 2022. Se esse aumento anual se mantiver, a meta global de 35 milhões de pessoas em tratamento para o HIV até 2025 poderá ser alcançada, avisa o relatório. E abrirá o caminho para acabar com a epidemia de Aids até 2030.


O relatório revela que o acesso à terapia antirretroviral (tratamento para os pacientes infectados) expandiu-se maciçamente na África subsaariana, Ásia e Pacífico, que juntos abrigam cerca de 82% de todas as pessoas vivendo com HIV. “O caminho para acabar com a epidemia de Aids está claro. Basta seguirmos a liderança dos países que estabeleceram forte compromisso político colocando as pessoas em primeiro lugar”, defende o documento. O texto cita ainda o investimento em programas de prevenção e tratamento do HIV baseados em evidências.


Qual o caminho para acabar com a epidemia de Aids


Segundo o Unaids, os elementos fundamentais de uma resposta bem-sucedida surgem por meio de parcerias entre países, comunidades e doadores – incluindo aqui o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da Aids (PEPFAR), o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária (Fundo Global) e o setor privado.


O texto cita como exemplo de sucesso os países de Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue. Nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral salvador de vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida. Outros 16 países, oito dos quais na África subsaariana, região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV, também estão próximos de alcançar as metas “95-95-95”.


Para Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, os governantes que escolherem esse caminho podem ficar na história. “Essas lideranças podem ficar na memória das gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas pessoas”, afirmou.


Leia mais:

Brasil atinge apenas uma das três metas para erradicar o HIV/Aids


Política e financiamento


O relatório destaca que, quando baseadas em um forte liderança política, as respostas ao HIV têm sucesso. Aí, diz o programa das Nações Unidas, está o caminho para acabar com a epidemia de Aids. “Isso significa respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável”. A resposta ao HIV, reforça o documento do Unaids, passa ainda pela garantia de que os marcos legais e políticos protejam os direitos humanos.


Outro desafio é o financiamento de fontes internacionais e domésticas para o HIV no mundo, que diminuiu em 2022 e retornou ao mesmo nível de 2013. O financiamento vem caindo desde 2017 (cerca de US$ 22 bilhões) e totalizou US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025.


Aids entre jovens e mulheres


Graças ao apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010. Isso levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980.


O documento mostra que cerca de 9,2 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao tratamento, incluindo 660 mil crianças vivendo com HIV. No mundo, 4.000 jovens mulheres e meninas foram infectadas pelo HIV a cada semana em 2022. Apenas 42% dos distritos com incidência de HIV acima de 0,3% na África subsaariana têm programas de prevenção dedicados ao HIV para adolescentes e jovens mulheres.


Obstáculo no caminho do fim à Aids


Quase um quarto (23%) das novas infecções por HIV ocorreu na Ásia e no Pacífico, onde as novas infecções crescem alarmantemente em alguns países. Aumentos acentuados de novas infecções continuam ocorrendo no leste da Europa e na Ásia central (aumento de 49% desde 2010) e no Oriente Médio e Norte da África (aumento de 61% desde 2010). Além da falta de ações junto a populações marginalizadas, essas infecções ocorrem por conta de leis punitivas e discriminação social.


Números da Aids no mundo em 2022


  • 39 milhões de pessoas com HIV
  • 29,8 milhões em tratamento antirretroviral
  • 1,3 milhão infectado pelo HIV
  • 630 mil mortes por doenças relacionadas à Aids
  • 21 milhões de vidas salvas com terapia antirretroviral


Qual a diferença entre HIV e Aids


A Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e de se multiplicar, mantendo a infecção.


Ter HIV é diferente de ter Aids. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é o estágio mais avançado da doença causada pelo vírus HIV. Nesse estágio, o organismo fica mais vulnerável a infecções oportunistas – que variam de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer.
Para viver com qualidade de vida, tendo HIV, é necessário obter o diagnóstico precocemente e seguir o tratamento e as recomendações da equipe de saúde.


Transmissão da Aids


Como ocorre a transmissão do vírus HIV


  • Sexo vaginal, anal e oral sem camisinha;
  • Compartilhamento de seringa e agulhas, canudos e cachimbo por mais de uma pessoa;
  • Da mãe para filho, durante a gravidez, parto ou na amamentação;
  • Compartilhamento de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.


Como não ocorre a transmissão do vírus HIV


  • Sexo com uso de preservativo;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrima;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete, toalha, lençóis, talheres e copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina e banheiro;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.


Saiba como prevenir o HIV e a Aids


  • Use preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais;
  • Não compartilhe agulhas, seringas, canudos ou cachimbos;
  • Fique atento ao uso de material esterilizado na aplicação de tatuagens e piercings;
  • Realize o pré-natal, com exames regulares, durante a gestação;
  • Verifique o uso de materiais esterilizados em clínicas odontológicas, manicures e barbearias;
  • Evite o uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas. Elas podem alterar o nível de consciência do indivíduo e a capacidade de tomar decisões sobre a forma de se proteger.


Preservativos masculinos e gel lubrificante, gratuitos, estão à disposição dos cidadãos nas Unidades Básicas de Saúde, Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE), organizações de sociedade civil e outros serviços credenciados.

Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais


Diagnóstico


Em Minas Gerais, o diagnóstico é obtido com a sorologia anti-HIV e os testes rápidos. Os testes rápidos são simples e práticos sendo realizados com a coleta de uma gota de sangue (polpa digital) ou com fluido oral, fornecendo o resultado em, no máximo, 30 minutos.


Quando testar


A testagem deve ser rotineira e ocorrer sempre após uma situação de risco, como sexo sem camisinha. É muito importante ter o diagnóstico em tempo oportuno. No caso das gestantes e parcerias sexuais é importante fazer o teste durante o pré-natal.


Onde testar


Os testes estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde ou nos serviços ambulatoriais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os testes rápidos também estão disponíveis nos CTA/SAE.


No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas com HIV recebem tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento traz vários benefícios:


Tratamento


O tratamento também tem a finalidade de prevenir a transmissão do HIV. É que os medicamentos antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo da pessoa vivendo com HIV e, consequentemente, o risco de transmissão. Veja os benefícios do tratamento:


  • Diminui as complicações relacionadas às infecções pelo HIV;
  • Reduz a transmissão do vírus;
  • Melhora a qualidade de vida da pessoa;
  • Diminui a mortalidade.

Como conseguir os medicamentos


O Ministério da Saúde distribui os antirretrovirais, mensalmente, aos Estados. Minas Gerais os repassa para as Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDMs) dos CTA/SAE, que distribuem os medicamentos aos pacientes com Aids.


Direitos de quem vive com HIV/Aids


Pela Constituição brasileira, as pessoas vivendo com HIV têm obrigações e direitos garantidos. Entre esses últimos, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública. O Brasil possui legislação específica quanto aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.

Fontes: Unaids, Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG)
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  1. Parabéns! É uma ótima notícia. Precisamos de compromisso das nações para atingir essa meta, e reportagens como a sua são essenciais para esclarecer e conscientizar as pessoas e, assim, deixarmos para trás essa pandemia que tantas vidas consumiu

    • Frederico,
      Importante, né, não esquecer que sem ações preventivas a doenças voltam a se disseminar rapidamente. Obrigada pelo comentário,
      Abraço,
      Carla

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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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