27 - abril - 2024
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Como a quimioterapia afeta a fertilidade?

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O câncer, além de todos os desafios que geralmente oferta aos pacientes, demanda ainda atenção quando o assunto é ter filhos. Diversas neoplasias podem ser curadas totalmente e não voltam a afetar o paciente, dando a ele a oportunidade de viver uma vida normal.
No entanto, para aqueles que ainda não construíram uma família, ter passado pelo tratamento de um câncer pode oferecer uma nova preocupação. Isso porque a quimioterapia pode afetar diretamente a fertilidade, tanto de homens quanto de mulheres.

A boa notícia é que a reprodução assistida oferece alternativas viáveis para que, após a cura de um câncer, diversos casais tenham chances de conseguir realizar o sonho de ter filhos. Tudo vai depender da saúde e das condições em que o paciente se encontra após ter passado por todo esse processo.

Neste artigo você vai conhecer as alternativas médicas para aumentar as chances de uma gravidez para quem já passou por uma quimioterapia.

Quimioterapia

A eliminação de um tumor demanda, sobretudo, remédios e técnicas pesadas que vão agir diretamente na massa cancerígena presente no corpo do paciente. Essas técnicas, no entanto, afetam também outras partes do organismo.

Já é de conhecimento geral que a quimioterapia agride o couro cabeludo e provoca a queda de cabelos, por exemplo. E que também, após uma sessão desse tratamento, o paciente se sente mal e precisa de cuidados especiais.

Isso acontece porque a quimioterapia é baseada na administração de uma série de medicamentos que vão agir nas células do tumor. Esses medicamentos também se espalham pela corrente sanguínea e atingem todo o organismo (isso é importante para que as células do tumor não se espalhem para outros órgãos também).

Complicações

O problema é que, por se espalhar por todo o corpo, esses medicamentos podem agir de alguma forma em outros órgãos. Quando se trata dos ovários ou dos testículos, a medicina ainda não descobriu uma forma de proteger totalmente esses órgãos do tratamento. Então, a fertilidade pode ficar prejudicada e a concepção de forma natural também. A intensidade do dano vai depender da idade da mulher, dos medicamentos utilizados e das doses da quimioterapia.

Na mulher, os óvulos podem ser destruídos pela quimioterapia, diminuindo a reserva ovariana e até mesmo deixando-a estéril. Vale lembrar que muitas neoplasias afetam mulheres no auge da capacidade reprodutiva (antes dos 35 anos) e que ainda não formaram família.

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Nos homens, os testículos podem ser diretamente afetados, impedindo ou reduzindo consideravelmente a produção de espermatozoides. No caso dos homens, a produção tem a possibilidade de voltar, mas pode demorar vários anos. Nas mulheres, como já nascem com determinada quantidade de gametas, não há formas de repor os óvulos perdidos.
Nesse caso, a chance de tentar uma gravidez está na reprodução assistida, que vai oferecer técnicas e alternativas para dar a possibilidade de realizar o sonho da maternidade.

Câncer e fertilidade

A técnica mais oferecida para mulheres que vão enfrentar o tratamento de um câncer é a criopreservação. Essa alternativa deve ser ofertada à mulher antes do tratamento contra a neoplasia. E como funciona?

Antes de iniciar o tratamento, a mulher tem a opção de congelar os óvulos saudáveis para utilizá-los depois, quando o câncer for curado. Então, para fazer o congelamento, os óvulos são coletados após uma estimulação da ovulação. Isso é feito com medicamentos seguros, que não irão piorar a doença.

Atraso na quimioterapia

Na maioria das vezes, o atraso no início da quimioterapia, tempo necessário para o congelamento, não irá trazer prejuízos ao tratamento. Com o congelamento de óvulos, o gameta feminino pode passar vários anos conservado para que, em momento oportuno, seja fecundado por meio de uma Fertilização In Vitro, e o embrião seja transferido para o útero da futura mãe.

As chances de uma gravidez por Fertilização In Vitro (FIV), utilizando óvulos congelados, são bem altas e maiores para as pacientes que congelaram antes dos 35 anos. Após essa idade, essas chances caem rapidamente de acordo com a idade no momento do congelamento.

Essa técnica é muito buscada no Brasil. Em 2020 e 2021, foram realizados, no país, mais de 21 mil ciclos, com 154.630 óvulos congelados, de acordo com 14° Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio).

Tipos de câncer

Alguns tipos de câncer afetam a fertilidade além da quimioterapia, como:

  • Câncer de colo do útero: atinge diretamente o colo do útero e é tratado geralmente com cirurgia, radioterapia ou mesmo quimioterapia As sequelas cirúrgicas ou da radioterapia podem afetar a estrutura do útero e, consequentemente, causar dificuldades para engravidar. Uma das consequências é a dificuldade para o embrião se fixar na parede do útero.
  • Câncer de ovários: como a neoplasia afeta os ovários, uma das alternativas cirúrgicas é a retirada do órgão. Cada caso precisa ser avaliado individualmente, considerando a idade da paciente, tipo e estadiamento da doença e o desejo reprodutivo da paciente.
  • Câncer de mama: se, durante o tratamento, for necessária a mastectomia total (retirada das mamas), ao engravidar, a mulher não conseguirá amamentar o bebê. Ela terá, então, que recorrer a alternativas como doação de leite ou uso de fórmula.

    Vale destacar que, em qualquer caso de câncer na região pélvica, quando indicada a radioterapia, ela pode causar danos no útero e também afetar a fertilidade.

Além da criopreservação

Se a mulher tratou um câncer muito jovem, ou, por algum outro motivo, não teve a possibilidade de recorrer à criopreservação, há outras alternativas para realizar o sonho da maternidade. É possível recorrer ainda à doação de gametas (quando o útero está preservado) ou à barriga solidária.

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Cláudia Navarro
Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Crédito: Divulgação Life Search

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