09 - maio - 2024
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Alzheimer: desafios e expectativas

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Os custos da doença de Alzheimer

Aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem de Alzheimer no mundo. No Brasil, são cerca de 1,2 milhão, com custo aproximado per capita podendo chegar a R$ 40 mil por ano.

O número de portadores é crescente. Projeções apontam que, em 20 anos, poderemos ter o dobro de pessoas com a doença. Principalmente, devido ao envelhecimento da população. Segundo a Associação Internacional de Alzheimer (ADI, na sigla em inglês), os países em desenvolvimento serão os responsáveis por mais de 2/3 dos enfermos até 2050.

A mesma ADI já mostrava que, em 2010, os custos para as Américas eram de cerca de US$ 235,8 bilhões por ano com a doença. Esse valor inclui custos médicos, sociais e de cuidados informais. Com o aumento dos casos, os sistemas de saúde e de assistência social podem entrar em colapso se o Estado e a iniciativa privada não fizerem um planejamento adequado levando em conta a perspectiva de aumento de incidência e prevalência.

Os problemas relacionados a recursos para o tratamento de pacientes e familiares de portadores de Alzheimer são tão relevantes que até o Fórum Mundial de Economia, em 2017, chamou a doença de uma das principais agravantes à crise na esfera da saúde do século 21.

Em muitos países, já há Planos Nacionais de Demência que visam melhora da educação sobre o problema, melhora do diagnóstico e tratamento médico, melhora do apoio a cuidadores, do tratamento domiciliar e do apoio a novas pesquisas. Urge em nosso país uma ampla discussão entre entidades médicas e não-médicas, associações de pacientes e representantes do Estado para uma implementação efetiva de um Plano Nacional de Demência no Brasil.

Prevenção

É possível prevenir e diminuir a incidência das demências em geral levando uma vida saudável. Fazendo, por exemplo, o controle adequado de fatores de risco cardiovasculares, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, sedentarismo. Programas de atividade física regular, aumento da escolaridade da população, assim como estímulos para a manutenção de uma vida ativa após a aposentadoria são outros fatores que devem ser levados em conta.

Esperança

A boa notícia é que os medicamentos sintomáticos para tratamento do Alzheimer estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A memantina, indicada nas fases moderada e avançada da doença, também foi incorporada no SUS em novembro de 2017. Também é alvissareiro saber que há muitas pesquisas de qualidade. Esses estudos, que buscam causas e tratamentos eficazes, são realizados nas mais conceituadas universidades e centros médicos do mundo.

A expectativa é que, por um lado, haja o aperfeiçoamento e a descoberta de medicações. E, por outro lado, que sejam implantadas medidas efetivas de prevenção e de acolhimento de cuidadores e de pacientes. Isso com o intuito de reduzir os custos médicos, sociais e afetivos dessa doença.

Que assim seja.

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Márcio L. F. Balthazar
Márcio L. F. Balthazar
Marcio L. F. Balthazar é médico neurologista e coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia (ABN)

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