29 - abril - 2024
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Dor nas costas: como prevenir

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Corrija sua postura para evitar a dor nas costas

Problema pode surgir até com o uso excessivo do celular
crédito: Backache
Crédito: Backache







É certo que a idade, o sedentarismo e a obesidade são alguns dos principais fatores que desencadeiam a dor nas costas. Mas existe um outro fator tão importante como esses e que muitas vezes as pessoas não dão a devida importância: a falta de cuidados com a postura no dia a dia.


Um exemplo é o modo de se sentar. “A posição sentada parece inofensiva à coluna, mas é um dos principais fatores que contribuem para a persistência das dores nas costas”, diz o médico ortopedista Jefferson Soares Leal, professor de ortopedia e cirurgia da coluna da Faculdade de Medicina da UFMG e chefe da Unidade de Cirurgia da Coluna do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG.

” A dor nas costas é o 2º motivo mais frequente para consulta médica e a causa mais frequente de incapacidade para o trabalho na população economicamente ativa “


O médico lembra que vigiar essas posturas cotidianas, muitas vezes adotadas sem que nos demos conta, pode ajudar a prevenir as dores na coluna e a evitar novas crises. Veja abaixo alguns alertas e dicas do ortopedista, que também é professor da Faculdade de Medicina da UFMG.

Uso de smartphones


Inclinar a cabeça para frente é uma ação natural, fisiológica e inócua nas situações do dia a dia que não exigem mais do que alguns segundos nessa posição. Entretanto, o uso massivo e cada vez mais frequente de smartphones está transformando essa posição no vilão das dores nas costas em pessoas de todas as idades, inclusive jovens e adolescentes. “Essa inclinação mantida por várias horas ao longo do dia e por muito tempo pode causar uma série de desconfortos. Dor no pescoço, dor de cabeça e dor nas costas são os principais”, alerta Leal.


Leia mais:

As dores do brasileiro no cotidiano

Veja dicas de especialistas no site do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into)


O professor explica que a pressão no interior dos discos da coluna do pescoço aumenta para cada grau de inclinação da cabeça para frente na posição em pé. Sem inclinar o pescoço, essa pessoa sofre uma pressão de 4,5 kg aproximadamente. Com 15 graus de inclinação para frente, a pressão no interior do disco quase triplica, subindo para 12,3 kg. Com 60 graus, aumenta seis vezes, para 27,2 kg. “Acredita-se que esse aumento exagerado na pressão ao longo dos anos pode acelerar o processo de degeneração da coluna”, explica Leal.

Sentar-se de modo errado


“O mais importante ao se sentar não é manter a coluna ereta. Ela deve estar levemente recostada (inclinada para trás) e apoiada (no encosto da cadeira). Isso reduz a pressão no interior do disco e o risco de lesão”, conta. Leal admite que é difícil manter a posição correta ao dirigir um automóvel. “Isso explica, em parte, por que motoristas profissionais sofrem mais lesão no disco da coluna”, diz.

Carregar peso


A melhor maneira de carregar pesos (por exemplo, livros) é utilizar um carrinho com rodinhas, tipo mala de viagem. Uma forma alternativa pode ser o uso de uma mochila com apoio em ambos os ombros. Levantar peso com a coluna sem flexionar os joelhos aumenta muito a pressão no interior do disco. Algumas atividades físicas que exploram esse movimento também podem causar lesão no interior do disco.

Bolsas e mochilas


A utilização de malas ou de bolsas a tiracolo, com alça sobre um ombro inclinado, deve ser evitada, pois acarreta posição assimétrica. Nesse caso, o equilíbrio pode ser obtido com a colocação da alça sobre o ombro oposto, o que também libera a mão.

Para sair da crise


É preciso respeitar o tempo da doença e seguir o tratamento. Há tempo para tudo. O exercício é uma excelente ferramenta de prevenção, mas, na fase dolorosa, pode agravar os sintomas, alerta Leal. Segundo ele, não é necessário repouso absoluto na cama, mas deve-se evitar toda e qualquer atividade que agrave os sintomas. E, como foi alertado acima, é preciso aprender a se sentar corretamente.

Fique alerta


Os pacientes quase nunca associam problema na coluna com a falta de controle esfincteriano (perda involuntária de urina e fezes). “Doenças graves da coluna podem provocar dor na coluna com perda do controle esfincteriano”, explica Leal.

” 80% das pessoas experimentarão pelo menos um episódio de dor forte na coluna, de acordo com a Organização Mundial da Saúde “

Três perguntas

Quais as três principais dúvidas do paciente que chega ao consultório médico com dor nas costas?


O que tenho? Vou melhorar? O que posso fazer para prevenir? Evidentemente que as respostas são individualizadas a cada tipo de sintoma. Mas, em linhas gerais, a maioria tem dor mecânica transitória decorrente do degaste natural associado ao mau uso da coluna. A maioria melhora com o tratamento adequado, cuidados e com o tempo. E a maioria pode evitar novos episódios de dor com bons hábitos.

Quais hábitos são bons para a coluna?


Tudo que faz bem para o coração, faz bem também para a coluna. É um princípio da medicina antiga, porém mais atual que nunca. Mens sana in corpore sano ou anima sana in corpore sano (Juvenal 60 D.C.). Não fumar, ter uma alimentação saudável, fazer exercícios regularmente, controlar o peso, o lazer e a satisfação laboral e pessoal influenciam diretamente na qualidade de vida, que inclui a ausência de dor na coluna. Alimentos ricos em cálcio, vegetais e frutas contribuem para prevenir a osteoporose.

 É verdade que metade dos pacientes que sofrem um episódio de dor lombar melhora em duas semanas?


Sim. E 80% deles melhoram em até seis semanas. Melhoram com, sem ou apesar de qualquer tratamento. Isso é muito bom, mas pode induzir alguns pacientes a atribuir sua melhora a tratamentos inócuos e, às vezes, caros. Se você vai melhorar espontaneamente e estiver fazendo algum tratamento alternativo, a tendência natural será você atribuir sua melhora ao tratamento que estiver fazendo e, não, à evolução natural. Isso explica, em parte, por que perdura tanto tratamento alternativo para dor na coluna sem base científica. Isso foi até objeto de estudo da North American Spine Society há alguns anos.

Fonte: Médico ortopedista Jefferson Soares Leal, professor de ortopedia e cirurgia da coluna da Faculdade de Medicina da UFMG e chefe da Unidade de Cirurgia da Coluna do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG.

Matéria atualizada em 17 de agosto de 2023
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Carla Chein
Carla Chein
Carla Chein é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico. Tem experiência em jornal impresso e como professora no curso de jornalismo.

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